As pessoas na Casas Pedro

[Escrito em 27 de agosto de 2025]

É quarta, dia de presencial. Hora de almoço. Meio-dia e pouquinho. 

Eu precisava voltar correndo pro trabalho. Já tinha almoçado e tinha reunião às 13h. Na mesa do chefe. 

Passei na Casas Pedro pra comprar castanhas (#viciada) e também uma barrinha de proteína, caso não desse tempo de lanchar.

Fiz meu pedido, pequei a barrinha, e segui pra fila: maior do que eu poderia esperar. Dava voltas dentro da loja... Calculei a quantidade de caixas, o tempo que eu ficaria ali, e comecei a prece silenciosa pra dar tempo de tudo.

Eis que me deparo com duas cenas.

Várias pessoas (talvez umas quatro), acompanhadas. Umas com seus companheiros. Outras, provavelmente, colegas de trabalho. Uma na fila. A outra fazendo compras. E de repente, o que parecia uma pessoa na sua frente, eram quatro pessoas na sua frente.

Até quanto o carioca dribla o tempo? Pequenos delitos, pequenas questões éticas de "guarda meu lugar pra mim na fila"? Ou a questão de "não posso perder tempo aqui"?

Todo mundo percebe. Ninguém fala nada. Nem eu. 

Logo eu, a treteira...

Abro meu livro e tiro o olhar do que me incomoda para o olhar no que me distrai. O livro da vez é "Torto Arado", que recomendo, inclusive.

Outra cena: três moças na minha frente. Todas mais jovens que eu. Colegas de trabalho. Uma delas, com compras e sacos nas mãos. Temperos, e farinhas, e chás. Coisas diversas.

A fila, dando voltas dentro da loja, nos fazia passar por lugares dentro da loja com produtos. 

A moça com as compras e as amigas, comentava todos os itens. Tinha sempre algo a dizer. Algo a comentar. Algo como "queria levar isso, mas...". Me lembrou as crianças e seus pais sussurrando em volta de "não toca em nada". Ou "olhe com os olhos". 

A moça mostrava para as suas amigas, e comentava, e lia os ingredientes, e dizia que queria. E as amigas acenando com a cabeça, afirmativamente, e conversando sobre outro assunto, que a amiga com as compras falava do assunto, e das suas compras, e das coisas que queria levar.

Mas o ponto alto da fila foi o Leonardo, vendedor da loja, que andava pela fila, abordando os clientes, e perguntando se ninguém tinha esquecido de mais nada, e que ele iria pegar, para que ninguém precisasse sair da fila. Tudo isso numa graça, numa gentileza e num bom humor incríveis.

Meu mal humor e a minha Luana rabugenta foram até embora com a graciosidade de Leonardo.

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