O saco de arroz
[Escrito em 15 de outubro de 2025] Quarta-feira, dia de presencial. Volto de metrô, já bem tarde da noite, e salto na estação onde tem um mercado do lado. Ao subir as escadas do metrô, já do lado de fora, uma pessoa em situação de rua me aborda. - Oi, senhora, não quero dinheiro. Pode ser um saco de arroz, de feijão, uma maionese, qualquer coisa assim. - Tou dura, foi o que respondi, e continuei andando. - Vai com Deus então. Que Deus te acompanhe, muito obrigadooooo. Já dentro do mercado, onde eu nem precisava ir, comprei poucas coisas: pão, requeijão, e um chocolate para a filha, que sentiu falta de um doce pós almoço. E penso que talvez um saco de arroz pro rapaz lá fora não vai pesar tanto no orçamento. - Já no caixa... quantas sacolas?, a caixa me pergunta. - Uma só. É pouca coisa. Não precisa colocar o arroz no saco porque vou levar para o rapaz lá fora. A caixa sorri pra mim. Pago as compras, e saio carregada. Estou sempre carregando mil coisas, como sempre. Hoje foi ...