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Mostrando postagens de maio, 2018

Bréquifrái

O cenário era Botafogo. 10h30 de um sábado. Eu passava e, como adoro camelôs, retardo o passo para ver o que tem nas bancas. E ouvir as conversas. - Hoje eu vou lá no shopping, cara. - É? Fazer o que, mermão? - Comprar, oras. Eu vi que hoje tem bréquifrái. - Bréqui-quem? - Bréquifrái. Minha mulher falou. E eu vi na TV.  - O que é isso? - Também não sei. Mas vi que todas as lojas tão vendendo bréquifrái pela metade do preço, cara. Né possível. Tudo. Tudo vendendo bréquifrái. Eu vou lá, né? Ver, pelo menos. Se tiver algum bréquifrái que me interessa, eu compro. - Acho que vou com tu então.  (Escrito em 29/11/2014)

Rita

Conhecemos Rita numa sexta-feira dessas. Um daqueles dias que íamos ao teatro. Uma sexta-feira seguinte, fomos ao teatro novamente, no mesmo local. Escolhemos a refeição-pré-teatro em função da Caixa. A Rita. Até então, não conhecíamos a sua história.  Pedimos a refeição, reconhecemos a profissional, cumprimentamos pelo nome (ela soube, então, o nosso) e, ao final do teatro, mais de 23h, no "xixi-antes-de-ir-pra-casa-porque-a-gente-mora-longe", encontramos Rita no banheiro, já sem uniforme. E foi lá que conhecemos sua história. Antes, a gente conhecia a Rita-caixa. Agora, a gente conhecia Rita-ser-humana. Desculpe-nos se a gente não parecer lógica ou cronológica. Pela história, basta que a gente escreva com / sobre emoção e sentimentos. Rita, menina sozinha, sempre meio rejeitada. No dia em que seus olhos e de seu filho se fitaram pela primeira vez, seu mundo se abriu e ela sentiu que passou a existir a partir daquele momento. Um dia, ap

Em observação, no táxi - 29

Hoje é quarta-feira. São 19:05. O celular bipa. Telegram da Branca. Estou no táxi, sentada. Ao meu lado direito, o banco vazio. Ao meu lado esquerdo, porta e janela fechadas. Na minha frente, o motorista dirigindo. O celular bipa. Telegram da Branca. Telegram do Mauricio. Telegram da Branca. - Lá na frente o senhor pode entrar na praça mesmo por favor, tá? - Por isso que tem muito acidente de moto. - É. - Os caras sabem que é proibido dirigir no corredor. Não tem jeito né? - É. O celular bipa. Telegram da Branca. WhatsApp da Luana e do Roberto. Telegram da Branca. - Ali na frente, no sinal vermelho, o senhor pode virar a esquerda. Atrás da banca de jornal, por favor. Aqui. Muito obrigada. Boa noite.

Em observação, no Infnet - 101

Hoje é segunda-feira. São 15:11. Estou no Infnet, sentada à mesa em uma sala de reunião. O celular bipa. WhatsApp do André.

Em observação, no Psicologia e Coaching - 409

Hoje é sábado. São 08:41. Estou no consultório Psicologia e Coaching, sentada à mesa. Ao meu lado direito, uma porta aberta. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira vazia. Na minha frente, uma cadeira vazia. Por aqui, silêncio.

Em observação, no Infnet - 100

Hoje é quarta-feira. São 14:42. Estou no Infnet, sentada em uma sala de reunião. Ao meu lado direito, uma cadeira vazia. Ao meu lado esquerdo, parede. O celular bipa. WhatsApp da Carolina. Na minha frente, uma cadeira vazia. O celular bipa. E-mail que chegou. O celular bipa. WhatsApp da Carolina e do Vinícius. E da Carolina.