Isabela
Isabela entrou no ônibus junto comigo, na minha frente. Calça jeans, sapatos baixos, blusa larguinha, mochila preta. O ônibus já estava cheio quando entramos (Jacaré - Ipanema), ali na Presidente Vargas. Isabela ficou de pé, tal como eu, segurando a mochila de lado. Por sorte, na frente dela, as duas moças sentadas saltaram, e Isabela logo se posicionou na janela. Ao seu lado, um rapaz por volta dos seus 45 anos. Ela deveria ter uns 32. Assim que sentou e recostou, suspirou. Abriu a mochila vagarosamente, e tirou um livro e começou a lê-lo. Não consegui ver o título, nem se era técnico e/ou romance. Ela marcava o livro com uma lapiseira, em alguns momentos. Eu vim a observando, ao longo do trajeto, sem tirar o olho de Isabela. E ela, não tirava os olhos do livro. Ela era sozinha. Morava sozinha, no seu apartamento, recém comprado, no Bairro Peixoto, em Copacabana. Não era triste. Mas também não era feliz. Era, como dizia, "normal". Sua mãe morrera