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Mostrando postagens de abril, 2020

Ele estava caído

(Escrito em 02 de janeiro de 2015) Eu estava há dias sem malhar, por conta de um problema na coluna. Sem saber se o problema é (era) sério ou não, apesar de ter ido ao médico e ele me impedido de fazer musculação. Resolvi ir hoje à academia, antes do tempo previsto pelo médico (que seria segunda-feira). Fiz 1h de bicicleta (quase 30 km) e, sem qualquer dor, suei muito. Consegui meditar (sim, eu medito em movimento) e suar monte de coisas que eu precisava, inclusive a dor. No caminho de volta, as pernas estavam quase anestesiadas (sem dor, mas um tanto quanto inseguras). Outro caminho escolhi, pois precisava passar na farmácia antes de voltar pra casa. Atravessei a rua e fui pelo outro lado do que o habitual. Eu o consegui ver. Estava de costas para mim / meu caminho. Era um senhor, de cerca de 70 anos. Talvez menos, mas a condição-da-rua o fazia mais velho na aparência. Estava caído, na rua. Não tinha caído naquele momento. Não tentava levantar-se. Não dormia.

A irmã esquizofrênica

(Escrito em 29 de dezembro de 2014) Esta noite quase não dormi. Uma dor ininterrupta  na coluna , parece que piorou esta noite, apesar dos relaxantes musculares a cada 6h. A falta de posição e a dor insuportável me fizeram ver o dia nascer, devagar. Sentir a quentura do meu corpo, e da cama, e da dor que vem do pescoço, ombro, braços, costas. Levantei cedo, para ter tempo de me arrumar vagarosamente, para vir trabalhar. Tirar a roupa e tomar banho exigiam movimentos antes desconhecidos. Qualquer movimento maior dos braços doía muito. Pensei numa roupa fresca e coloquei um vestido azul, de bolinhas. Estou queimada de sol e aproveitei pra colocar, também, um batom vinho. Até me acharia bonita hoje não fosse meu olhar triste, de dor. Odeio sentir dor. Estou no Espaço da Mulher. Aprendi, com a Alba, de deixar as duas portas do Espaço abertas, não só para ventilar (nosso ar condicionado está quebrado), mas para atrair pessoas a entrarem e poderm

A menina no banheiro

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(Escrito em 27 de dezembro de 2014) Era sábado. De sol. Entre 13h e 14h. Saíamos da praia e resolvemos tomar uma ducha de água-limpa (e não aquela de óleo-diesel) no banheiro publico pago da praia. Aquele subterrâneo. Esperávamos a atendente atender nós três + a moça que "só queria usar o banheiro". Era uma tarefa um tanto complexa atender quatro pessoas diferentes, com necessidades quase iguais, e valores de serviços quase iguais, e trocos idem.  De dentro do banheiro feminino, mãe e filha se preparavam para sair. A mãe, não soubemos dizer a idade. A filha, talvez, uns seis ou sete. - Fica quieta ou eu te bato! Não se ouvia a voz da criança. - Laura, eu já disse pra você ficar quieta. Mas que caralho... A criança permanecia silenciosa. - Laura, mas que cacete! Parece que não tem educação... Puta que pariu... A mãe só queria pentear o cabelo da menina.  Talvez a mãe não soubesse. Era apenas uma criança. Crianças, em geral, são

Em observação, no ônibus - 173

Hoje é terça-feira. São 06:33. Estou no ônibus 415, sentada. Ao meu lado direito, uma janela fechada. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, um banco vazio.

Em observação, no ônibus - 172

Hoje é sábado. São 07:23. Estou no ônibus 220, sentada. Ao meu lado direito, um banco vazio. Ao meu lado esquerdo, uma janela fechada. Na minha frente, um banco vazio.

Em observação, no Hospital Badim

Hoje é sexta-feira. São 21:22. Estou no Hospital Badim. - Ui. Que susto. Olá. Boa noite.

Em observação, no Psicologia e Coaching - 516

Hoje é quinta-feira. São 08:17. Estou no consultório Psicologia e Coaching, sentada à mesa. Ao meu lado direito, uma porta aberta. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira vazia. Na minha frente, uma cadeira vazia. Por aqui, luzes acesas e tudo silencioso.

Em observação, na rua Uruguiana - 36

Hoje é quarta-feira. São 06:51. Estou na rua Uruguaiana, sentada. Ao meu lado direito, um vão por onde as pessoas passam. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, a rua por onde as pessoas e veículos passam. Um caminhão branco passa na minha frente. Dirigido por um homem e com dois homens na frente. Passa na contramão.

Em observação, no Psicologia e Coaching - 515

Hoje é terça-feira. São 20:03. Estou no consultório Psicologia e Coaching, sentada à mesa. Ao meu lado direito, uma porta aberta. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira vazia. Na minha frente, uma cadeira vazia. Por aqui, luzes acesas e tudo silencioso.

Em observação, no ônibus - 171

Hoje é sábado. São 07:29. Estou no ônibus 415, sentada. Ao meu lado direito, uma janela fechada. O celular bipa. Notificação da agenda. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, a escada do ônibus por onde as pessoas descem.

Em observação, no ônibus - 170

Hoje é sexta-feira. São 06:32. Estou no ônibus 220, sentada. Ao meu lado direito, um banco vazio. Ao meu lado esquerdo, uma janela fechada. Na minha frente, uma pasta preta em cima do banco.

Em observação, no Psicologia e Coaching - 514

Hoje é quinta-feira. São 07:05. Estou no consultório Psicologia e Coaching, sentada à mesa. Ao meu lado direito, uma porta aberta. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira vazia. Na minha frente, uma cadeira vazia. Por aqui, luzes acesas e tudo silencioso. O celular bipa. Despertador que tocou. Volto ao silêncio.