Em observação, no salão Ale Coifeur - 8

Hoje é sábado. São 14:07h.

Estou no salão Ale Coiffeur, sentada, fazendo as unhas.

Ao meu lado direito, uma cadeira com minha mochila em cima.

Ao meu lado esquerdo, um cabeleireiro sentado. Levanta.

Na minha frente, Ana faz minha unha do pé. Ela ri.

- Isso quer presente. É. Num papel de presente. Luaninha, minha filhinha, que você comeu suas unhas assim? Cortou tudo torta. Tava louca, possuída?

Ana tosse.

- Cortou a unha toda torta, Lu? Pois é. É a dor da beleza. Luana, tu tem alicate em casa? Quem comprou alicate? Você? Você fica se metendo de manicure e faz besteira. Pois é. Ela gosta. Ela é safada. Que horror, não posso maltratar minha cliente assim. Ela vai casar e vai me abandonar. Vamos ver se ela vem. Ela falou que vai vir. Quem? Eu acho que isso vai mudar a pele da pessoa. Sim. Quantos anos? 66? Ela já voltou, a Ana Maria Braga? Ela gosta muito de Portugal. É Maria de Fátima? Em Portugal, né? Mas o bonito dela é que ela não deixa cair o pique dela. Ela tá que tá. A Débora Evelyn? Ela era cheio de coisa na cara. Oi querida. Boa tarde. Vem, pega sua mercadoria e não fala nada? Aqui ninguém tem chefe aqui não. Não volta não. É, gente, a idade chega pra todo mundo. Não... Sim... Ninguém quer ser senhora, né? Mas ninguém quer morrer. 

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