Marlúcia

[Escrito em 08 de maio de 2025]

Hoje conheci a Marlúcia. Era uma quinta-feira, perto de 07h da manhã. Era ela que me atenderia em um lugar nunca antes visitado por mim: a Clínica da Família próximo à minha casa.

Como era a minha primeira vez, eu não sabia bem o protocolo e o que precisava informar, mostrar.

- Oi, tudo bem? É a minha primeira vez.
- Seja muito bem vinda. Por que você não senta?

Me senti na casa de Marlúcia e logo perguntei o seu nome. É uma mulher branca, magra, na faixa dos seus entre 40-55 anos, loira, com o cabelo bem curtinho e encaracolado. 

Expliquei a minha situação e o que me trazia ali. Perguntei o seu nome, e ela respondeu seguido de um sorriso.

Entreguei a ela meus documentos, meu comprovante de residência, e ela conferiu meus dados e minha família - nome completo do marido e da filha. 

Tive que explicar que não era minha filha biológica, e ela falou de "filha do coração".

Após me explicar tudo e agendar a minha primeira consulta, Marlúcia deu a cartada final.

Sua consulta será no dia 10 de julho, às 09h da manhã.

- Luana, preciso te falar uma coisa. Aqui nós não atendemos emergência. Mas não negamos atendimento a ninguém. Então, se chegar uma mãe com um filho pequeno, ou um idoso precisando de atendimento, eles serão atendidos. Isso precisa ficar bem explicado para você, porque pode ser que a sua consulta atrase, tudo bem?

Quando Marlúcia falou isso, eu não me contive e comecei a chorar, literal.

O SUS, de fato, é para todos. Mesmo onde não tem emergência, tem emergência sim. Então, o médico estará ali para atender a mim, e a quem precisar de atendimento.

Saí do meu diálogo com Marlúcia sorridente, grata, mas profundamente emocionada.

Obrigada, SUS. Obrigada, Marlúcia.

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