Fotografando Gente

Hoje é quarta-feira. São 06h37. Estou no ônibus 220, sentada.  Ao meu lado direito, um banco vazio. Ao meu lado esquerdo, uma janela fechada. Na minha frente, um banco vazio. 

Hoje é terça-feira. São 18h27. Estou no consultório, sentada a mesa. Ao meu lado direito, uma porta aberta. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira vazia. Na minha frente, uma cadeira vazia. Por aqui, luzes acesas e tudo silencioso. O celular bipa. Notificação da agenda. Volto ao silêncio.

[Escrito em 31 de agosto de 2025] Meu nome é Raquel. Eu vivo nas ruas. Em uma rua específica, do Rio Comprido. É uma rua escura, mal iluminada, que quase não passa carro e nem gente. De manhã cedo, passo pelas ruas mais movimentadas para ver se encontro um trocado. Era um domingo, antes das oito da manhã. Eu estava enrolada com o meu cobertor e com o meu chapéu que cobre todo o meu rosto. Não quero que as pessoas me vejam direito. Não lembro quando foi o último banho que tomei. Assim, com sabão e tudo. Talvez já tenha pra lá de anos.  A moça veio andando em minha direção. Você quer uma água?, ela disse. Quero, eu respondi. Tem um real?, eu pedi. Ela disse que não tinha. Eu não acreditei muito, mas tá bom.  E uma panela velha na sua casa, tem?, eu perguntei. Ela não entendeu o que eu disse, tirou os fones e pediu que eu falasse novamente. É raro alguém me dar papo assim, na rua.  Panela velha na sua casa, você tem?, eu repeti. Ah, não tenho..., ela disse. E cobertor, tem?,...

Hoje é domingo. São 09h24. Estou na Smart Fit. Um homem passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente. Ela é branca, magra e alta. Tem o cabelo preto, liso e curto. Um homem passa na minha frente. Um homem passa na minha frente carregando um copo preto. Estou sentada na cadeira de massagem. Ao meu lado direito, um bebedouro. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira de massagem vazia.  Um homem passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente carregando uma garrafa transparente e um celular. Ela é branca, magra e alta.  Na minha frente, um corredor por onde as pessoas passam. Um homem passa na minha frente. Um homem passa na minha frente carregando um celular. Ele é branco. Uma mulher passa na minha frente carregando uma garrafa branca e um celular.  Um homem passa na minha frente carregando uma garrafa. Ele é branco, baixo e magro. Uma mulher passa na minha frente carregando uma garrafa e uma mochila vinho. Ela é branca, magra e...

Um homem passa na minha frente. Um homem passa na minha frente carregando um papel.  Hoje é sábado. São 09h39. Estou no Hospital Pan Americano, sentada na recepção da emergência. Ao meu lado direito, uma cadeira marrom vazia. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira marrom vazia. Na minha frente, um corredor por onde as pessoas passam.  Uma mulher passa na minha frente. Ela é branca, gorda e alta. Tem o cabelo castanho. O celular bipa. WhatsApp da Isys. Uma mulher passa na minha frente carregando um celular e uma bolsa preta transpassada. O celular bipa. WhatsApp da Isys.  Uma mulher passa na minha frente carregando uma bolsa preta. - Bom dia. Emergência. Ah tá.  O celular bipa. WhatsApp da Isys. Uma mulher passa na minha frente. Ela é branca, gorda e alta. Tem o cabelo preto, liso e comprido. O celular bipa. WhatsApp da Isys.  Uma mulher passa na minha frente. O celular bipa. WhatsApp da Isys. Uma mulher passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente carregan...

Hoje é sexta-feira. São 11h24. Estou no consultório, sentada a mesa. Ao meu lado direito, uma porta aberta. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira vazia. Na minha frente, uma cadeira vazia. Por aqui, luzes acesas e tudo silencioso. O celular bipa. WhatsApp da Viviane. Volto ao silêncio.

Hoje é quinta-feira. São 08h28. Estou na Clínica de Olhos Octávio Moura Brasil, sentada na sala da doutora Lúcia. Ao meu lado direito, um vão por onde as pessoas passam. O celular bipa. WhatsApp da Marília. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira preta com minha bolsa em cima. Na minha frente, a cadeira preta da doutora Lucia. - Oi, doutora.

Hoje é quarta-feira. São 06h33. Estou no ônibus 220, sentada. Ao meu lado direito, um janela fechada. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, uma mulher sentada. Ela tem o cabelo comprido, castanho com mechas loiras e trançado. Usa óculos de grau de armação transparente. Ela é negra. Olha para fora da janela. Olha para baixo. Usa uma blusa cinza. Coça o pescoço com a mão esquerda. Se ajeita no banco. Olha para baixo. Olha para fora da janela. Olha para baixo. Olha para fora da janela. A armação do seu óculos é lilás, e não transparente. Olha para baixo. Ela levanta e sai.  Agora, na minha frente, um banco vazio. 

Hoje é terça-feira. São 17h27. Estou no consultório, sentada a mesa. Ao meu lado direito, uma porta aberta. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira vazia. Na minha frente, uma cadeira vazia. Por aqui, luzes acesas e tudo silencioso. O celular bipa. WhatsApp da Hanna. Volto ao silêncio. O celular bipa. WhatsApp da Hanna. Volto ao silêncio. O celular bipa. WhatsApp da Hanna. Volto ao silêncio.

[Escrito em 27 de agosto de 2025] É quarta, dia de presencial. Eu voltaria para casa cedo, de metrô. Eram 16h, metrô da Carioca. Um casal de meia-idade aguarda o metrô sentido Uruguai, junto comigo.  Era um casal, mas não parecia um casal. Ela, um pouco mais velha que ele. Talvez uns 65 e ele por volta dos seus 58 anos. Laura e Leonardo. - Porque sua mãe se faz de burra, mas de burra ela não tem nada. Eu não sabia se era um elogio ou uma ofensa à sogra. Leonardo falava alto, já dentro do vagão. E Laura, apesar de grande, era discreta. Mesmo próxima a mim, eu não conseguia ouvir o som da sua voz. Da Carioca até a Afonso Pena eles não ficaram em silêncio em nenhum momento, mas eu só ouvia as falas do Leonardo, que tinha um adjetivo para cada membro da família de Laura. - Seu irmão sim. Até hoje não engoli. Ele pensa que é quem? Depois é que eu vi que ele é um bandido e não quis me meter. Laura colocava as mãos no peito de Leonardo, sutilmente pedindo que falasse mais baixo. Ela não s...

Um homem passa na minha frente carregando uma garrafa e um celular. Ele é branco. Hoje é domingo. São 09h22. Estou na Smart Fit, sentada na cadeira de massagem. Uma mulher passa na minha frente carregando uma mochila e uma garrafa colorida. Ela é branca. Uma mulher passa na minha frente carregando uma mochila preta e uma garrafa. Ela é branca, magra e alta.  Ao meu lado direito, uma cadeira de massagem vazia. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira de massagem vazia.  Um homem passa na minha frente. Ele é branco, gordo e alto. Tem o cabelo preto.  Uma mulher passa na minha frente. Ela é branca, gorda e alta. Tem o cabelo castanho, liso e comprido, preso em um coque.  Uma mulher passa na minha frente carregando uma garrafa branca e um celular.  Na minha frente, um corredor por onde as pessoas passam. Um homem passa na minha frente carregando uma mochila. Uma mulher passa na minha frente carregando uma bolsa rosa e uma garrafa verde. Ela é branca, magra e alta.  Um...

O celular bipa. Notificação da agenda.  Hoje é sábado. São 06h33. Estou no ônibus 415, sentada.  Ao meu lado direito, uma janela fechada. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, um banco vazio. 

- Boa noite. Tudo bem? Pera. 3450. Não. Pode descer. É melhor. Hoje é sexta-feira. São 21h13. Estou no Uber, sentada.  Ao meu lado direito, porta e janela fechadas. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, um banco vazio. 

Hoje é quinta-feira. São 08h10. Estou na Clínica de Olhos Octávio Moura Brasil, sentada na recepção. O celular bipa. WhatsApp da Olga. Ao meu lado direito, uma cadeira cinza com a bolsa da PanoPlano do André e uma sacola azul. O celular bipa. WhatsApp da Olga. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira azul vazia. Na minha frente, uma cadeira cinza vazia.  O celular bipa. WhatsApp da Olga. André passa na minha frente e senta ao meu lado direito.

Hoje é terça-feira. São 16h50. Estou no ônibus 415, sentada.  Ao meu lado direito, um banco vazio. Ao meu lado esquerdo, uma janela fechada. Na minha frente, um banco vazio. 

Hoje é quarta-feira. São 11h40. Estou no Infnet, sentada à mesa, no DPED. Ao meu lado direito, um vão por onde as pessoas passam. Ao meu lado esquerdo, uma lixeira e uma cadeira preta vazia. Na minha frente, dois monitores.

[Escrito em 27 de agosto de 2025] É quarta, dia de presencial. Hora de almoço. Meio-dia e pouquinho.  Eu precisava voltar correndo pro trabalho. Já tinha almoçado e tinha reunião às 13h. Na mesa do chefe.  Passei na Casas Pedro pra comprar castanhas (#viciada) e também uma barrinha de proteína, caso não desse tempo de lanchar. Fiz meu pedido, pequei a barrinha, e segui pra fila: maior do que eu poderia esperar. Dava voltas dentro da loja... Calculei a quantidade de caixas, o tempo que eu ficaria ali, e comecei a prece silenciosa pra dar tempo de tudo. Eis que me deparo com duas cenas. Várias pessoas (talvez umas quatro), acompanhadas. Umas com seus companheiros. Outras, provavelmente, colegas de trabalho. Uma na fila. A outra fazendo compras. E de repente, o que parecia uma pessoa na sua frente, eram quatro pessoas na sua frente. Até quanto o carioca dribla o tempo? Pequenos delitos, pequenas questões éticas de "guarda meu lugar pra mim na fila"? Ou a questão de "não pos...

Hoje é domingo. São 08h48. Estou na Smart Fit, sentada na bicicleta. Ao meu lado direito, uma bicicleta vazia.  Um homem passa na minha frente. Ele é negro, magro e alto.  Um homem passa na minha frente. Ele é negro, gordo e alto.  Ao meu lado esquerdo, uma bicicleta vazia.  Um homem passa na minha frente. Um homem passa na minha frente. O celular bipa. WhatsApp da Hanna.  Na minha frente, um corredor por onde as pessoas passam. Um homem passa na minha frente carregando uma garrafa azul. Ele é negro, magro e alto. Tem o cabelo preto e curto. Veste uma blusa regata verde.  Um homem passa na minha frente carregando uma mochila preta e uma garrafa.  Um homem passa na minha frente carregando um celular. Ele é negro, magro e alto. Tem o cabelo preto e curto.  Um homem passa na minha frente carregando uma caixa de papelão. Ele é negro, gordo e alto. Tem o cabelo preto e curto.  Um homem passa na minha frente carregando uma garrafa e um pote preto. ...

Hoje é sábado. São 13h40. Estou no Esquimó, sentada a mesa  Ao meu lado direito, uma cadeira preta com minha mala azul. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira preta vazia. Na minha frente, um balcão e um vão por onde as pessoas passam.

Hoje é sexta-feira. São 18h11. Estou no ônibus 415, sentada. Ao meu lado direito, um banco vazio. Ao meu lado esquerdo, uma janela fechada. Na minha frente, um banco vazio.

Hoje é quinta-feira. São 07h38. Um homem passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente. Um homem passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente. Ela é branca, magra e alta. Tem o cabelo castanho com mechas loiras, cacheado e comprido. Um homem passa na minha frente carregando uma fita durex. Ele é negro e alto. Estou na Smart Fit. Um homem passa na minha frente. Ele é branco e magro. Estou sentada na cadeira de massagem. Uma mulher passa na minha frente. Um homem passa na minha frente. Um homem passa na minha frente. Um homem passa na minha frente. Um homem passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente. Um homem passa na minha frente. Um homem passa na minha frente. Ele é branco, gordo e alto. Tem o cabelo preto, curto e liso. Ao meu lado direito, um bebedouro. Um homem passa na minha frente. Ele é branco, magro e alto. Tem o cabelo preto e curto. Uma mulher passa na minha frente. Uma mulhe...

Hoje é quarta-feira. São 06h38. Estou no ônibus 220, sentada. Ao meu lado direito, uma janela fechada. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, um homem sentado. Ele é branco. Tem o cabelo curto, liso e branco. Veste uma blusa preta. Usa uma bolsa preta transpassada. Olha para baixo. Olha para fora da janela. Olha para baixo. Olha para fora da janela. Olha para dentro do ônibus. Olha para fora da janela. Ele é calvo no alto da cabeça. Olha para baixo. Olha para fora da janela. Olha para baixo. Pega uma sacola ao seu lado esquerdo. Olha para dentro do ônibus. Olha para fora da janela. Olha para baixo. Olha para fora da janela. Olha para baixo. Olha para fora da janela.  O celular bipa. Notificação do Xiaomi. O homem sentado na minha frente curva o corpo para a frente e olha para baixo. Levanta o corpo. Olha para fora da janela. Olha para dentro do ônibus. Curva o corpo para frente e olha para baixo. Olha para fora da janela. Olha para trás. Tem os olhos pretos. Olha pa...

[Escrito em 12 de julho de 2025] Era uma sexta-feira. Perdi de 12h. Bar Madrid, na grande Tijuca. O carro - um carrão - parou perto do bar. O motorista saiu. Um senhor de seus 50-60 anos. Atravessou o carro por trás, olhou o trânsito, que foi parando, lentamente. Abriu a porta do carona, e ela veio, vagarosamente. Dona Elizabeth. Ou "só Elizabeth", como ela gosta de ser chamada.  Elizabeth, no auge dos seus 89 anos, saltou do carro lentamente. O trânsito, pacientemente parado, esperando ela sair do carro, e andar até a calçada. O filho amparando ela. Passo a passo. Bem lentamente.  Ela avistou o Bar Madrid, acenou para o seu garçom favorito, o Severo. Ele saiu da onde estava e veio ajudá-la. Elizabeth sentou em uma mesa, na sombra. Era a "sua" mesa. Não precisou pedir.  Poucos minutos, Severo trouxe uma garrafa de cerveja e um pastel de camarão. Um único pastel. Uma única cerveja. Seu filho, que não bebe, ficou do lado de fora fumando o cigarro. Quando Elizabeth aca...

- Oi Arthur, bom dia, tudo bem? Meu código é 5247. O celular bipa. Notificação do Uber. Hoje é segunda-feira. São 07h23. Estou no Uber, sentada. Ao meu lado direito, porta e janela fechadas. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, um banco vazio. O celular bipa. Notificação da agenda. Bipa novamente. Despertador que toca. Bipa novamente. Notificação da agenda.

Hoje é domingo. São 16h09. Estou no Bode Cheiroso, sentada à mesa. Ao meu lado direito, a calçada por onde as pessoas passam. Ao meu lado esquerdo, uma parede. Na minha frente, uma cadeira de madeira vazia.  André senta na minha frente. Veste uma calça jeans preta, blusa preta e casaco preto.

Hoje é sábado. São 10h37. Estou no metrô, sentada dentro do vagão. Ao meu lado direito, um banco vazio. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, o corredor do vagão por onde as pessoas passam. Uma mulher passa na minha frente carregando uma mochila. O celular bipa. Whatsapp da Hanna. Um homem passa na minha frente carregando uma mochila preta. Ele é negro, magro e alto. Tem o cabelo preto e curto.  O celular bipa. Whatsapp da Hanna. Uma mulher passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente carregando uma mochila preta. Uma mulher passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente carregando uma bolsa bege. Um homem passa na minha frente carregando uma mochila preta e um celular. Ele é branco, magro e alto. Veste calça jeans escura, blusa preta social e sapato marrom social com meias pretas. Usa um boné preto virado para trás.  Um homem passa na minha frente carregando uma bolsa bege e um celular. Ele é branco, magro e alto. Tem o cabelo liso e preto...

Hoje é sexta-feira. São 12h33. Estou na Smart Fit, sentada na cadeira de massagem.  Ao meu lado direito, um bebedouro. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira de massagem vazia. Uma mulher passa na minha frente. Um homem passa na minha frente carregando uma mochila preta. Ele é branco, magro e alto.  Na minha frente, um vão por onde as pessoas passam. Uma mulher passa na minha frente carregando uma mochila preta. Uma mulher passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente. Um homem senta ao meu lado esquerdo. Ele carrega um celular.

Hoje é quinta-feira. São 07h12. Estou na Smart Fit, sentada na bicicleta. Um homem passa na minha frente. Um homem passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente. Ao meu lado direito, uma bicicleta vazia. Ao meu lado esquerdo, uma bicicleta vazia.  Uma mulher passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente. Um homem passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente. Na minha frente, um corredor por onde as pessoas passam. Uma mulher passa na minha frente. Uma mulher passa na minha frente carregando uma mochila colorida e uma bolsa ecobag verde. Uma mulher passa na minha frente carregando uma mochila preta e uma bolsa bege. Ela é branca e alta. Tem o cabelo castanho e curto. Um homem passa na minha frente. Ele é branco, magro e alto.  Um homem passa na minha frente carregando uma vassoura e uma vasilha com álcool. Ele é branco, magro e alto. É careca.  Uma mulher passa na minha frente carregando uma bolsa colorida tr...