O riso e o gargalhar

[Escrito em 25 de junho de 2025]

Quarta-feira, por volta de 20h.

Vagou um lugar no metrô cheio e eu sentei. Aqueles bancos no fundo do vagão (os vagões antigos, meus preferidos). São os bancos que ficam de frente uns pros outros, seis lugares de cada lado, sabe quais? Então.

Ao meu lado oposto, duas mulheres. Vestidas socialmente. Vinham do trabalho. Um dia cansativo, cheio de reuniões.

Eram colegas de trabalho, e moravam próximo uma da outra. Uma saltava na Saens Pena e a outra saltava na Uruguai. 

Mas elas riam, de gargalhar. Apesar do cansaço, do dia cheio, estafante, elas tinham espaço para rir, e rir de gargalhar, de faltar o ar.

Elas falavam baixo, e eu não conseguia ouvir o conteúdo do que conversavam e que as fazia rir, mas era algo muito pessoal e particular. Elas falavam de alguém, ou de uma situação. Ou talvez delas mesmas. 

Mas riam. E uma interrompia a outra e contava mais um detalhe. E gargalhavam. As duas. Na mesma medida.

Que, apesar do cansaço, não nos falte os motivos para rir. Mas não só rir: gargalhar. 

Que não nos falte as amigas especiais, que permitam que a gente ria, de gargalhar. Mas que, sobretudo, riam conosco.


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