Em observação, no CMNG, parte 2
Hoje é 3ª feira, 15 de julho.
São 6h58 e estou no Centro de Medicina Nuclear da Guanabara
de Copacabana, aguardando o meu exame de Raio-X.
Estou em uma recepção, com várias cadeiras. Ao meu lado
direito, a sala de “DAY CLINIC” e a sala de “ULTRA-SONOGRAFIA” (escrito assim) e, entre as duas, uma porta, sem nada escrito.
Logo à minha frente, a TV ligada, e um bebedouro.
Na frente, também, um corredor, que dá acesso a dois balcões
e a outra recepção e as salas dos exames.
Sentado na minha frente está um senhor, branco, cabelo
castanho. Veste uma calça bege, e uma blusa bege com detalhes em marrom. Está
sentado, de braços cruzados, olhando fixa e seriamente para a TV, e tem a
cabeça um pouco inclinada. Não consigo ver seu rosto, mas sei que ele olha
sério para a televisão. Se ajeita na cadeira, descruza os braços. Tira algo do
bolso, olha. Guarda de novo no bolso o que tirou anteriormente. Cruza os braços
e as pernas. E, quando cruza as pernas, percebo que está de bermuda, e não de
calça. Coça o pé que está cruzado, em cima do joelho. Descruza os braços. Olha
para baixo, deixando de prestar atenção na TV, que permanece ligada. Volta a
olhar para a TV. Olha para baixo. Volta a olhar para a TV. Olha para baixo.
Volta a olhar para a TV. Olha para baixo. Coça o pé. Descruza a perna e cruza
para o outro lado. Se ajeita na cadeira e vejo que está mexendo no celular.
Pigarreia e olha para mim, meio de lado. Continuo não conseguindo ver seu
rosto. Permanece mexendo no celular. Olha para a TV. Descruza a perna,
ajeita-se na cadeira, guarda o celular no bolso. Olha para baixo. Olha para a
TV. Ajeita-se na cadeira. Olha para trás, para mim. Pigarreia. Ajeita-se na
cadeira. Cruza a perna novamente e coloca a mão no seu pé. Vejo que usa um
sapatênis marrom, com meia cinza. Olha para o outro lado, onde está escrito DAY
CLINIC. Volta a olhar para a TV. Olha para baixo.
Entra uma moça nessa recepção que estamos. Parece técnica da
clinica. É loira, cabelo preso, num coque, e usa roupa toda branca (com um jaleco, também branco). Entra na saletinha (sem indicativo na porta) ao lado direito, e sai da saletinha e
dessa recepção, andando pelo corredor.
Entra uma outra moça nessa recepção que estamos. É branca,
cabelo liso, um pouco aloirado. Usa calça jeans preta, blusa colorida, listrada, blazer preto, sapatilha vilho. Bolsa preta e sacola de pano, cor crua. Aparenta ter cerca de 40
anos. Pára no bebedouro, retira um copo, enche de água, e bebe ali mesmo, de
pé. Pega mais um copo de água e bebe. Vem andando e senta em alguma cadeira
atrás de mim.
O rapaz na minha frente, levanta, pigarreia, vai ao
bebedouro, pega um copo de água, bebe, joga o copo no lixo e volta a se sentar
na minha frente. Consigo ver seu rosto. Tem cerca de 43 anos. Pigarreia
novamente, e olha para baixo, para o celular. Braços e pernas, agora, estão
descruzados. Olha para a TV. Olha para baixo.
A moça passa novamente e vai ao bebedouro. Enche mais um copo
de água e bebe, de pé, olhando para a TV.
O senhor na minha frente pigarreia.
A moça permanece de pé, com uma mão na cintura, e a outra
segurando o copo d’água, olhando para a TV. Ela caminha pelo corredor, olha
para a frente, e vem andando, até onde ela está sentada, vagarosamente,
enquanto bebe a sua água.
O senhor na minha frente coça a sobrancelha. Ajeita-se na
cadeira, guarda o celular no bolso. Olha para a TV. Olha para baixo. Coça a
nuca. Olha para a TV. Cruza os braços. Respira profundamente.
Um rapaz entra nessa recepção que estamos. É branco, alto,
gordinho. Usa calça jeans, casaco preto e mochila preta. Aparenta ter cerca de
18 anos. Senta exatamente atrás de mim.
O senhor na minha frente continua de pernas cruzadas, uma das
mãos sobre o pé, e olhando a TV, sério.
Comentários
Postar um comentário