Dagmar
[Escrito em 31 de maio de 2014] Conheci Dagmar em abril, num dia qualquer, numa ocasião qualquer. Não importa o eu nesta história. Dagmar existe na vida real, e conversamos durante cerca de trinta minutos. Eu não precisei perguntar nada. Dagmar contava tudo, sua história de vida, tão inusitada. Apesar do nome ambíguo, Dagmar é um homem. Tem cinquenta-e-cinco anos, e mora no Centro, na rua de Santana, sozinho. É um homem grande, corpulento. Alto, gordo, muito cabelo na cabeça. Cabelo liso, grisalho, despenteado. É um homem simples. E sujo. Fede um pouco, a suor. Tem as mãos e unhas sujas. Sua roupa é mal lavada. [Não tenho e nunca tive problema com limpeza / sujeira. Ou com pessoas perfumadas ou fedidas. Acredito, até, que o fedor dignifica o homem. Um homem sujo é digno de seu cheiro. Falamos disso em outro momento]. É o filho mais velho de uma família de outros quatro irmãos, todos também homens. Sempre foi afeminado, desde menino, e nunca teve problemas ...