Sobre o encontro com Papai Noel
(Escrito em 15 de novembro de 2015)
Em geral, saio do consultório próximo das 21:00h.
E estou habituada, neste horário, a não encontrar com ninguém no elevador, quando desço. Então, devido ao cansaço e após o atendimento, a Luana-distraída tomava conta de mim.
Ontem foi diferente. Entrei no elevador e lá tinha um homem grande, enorme, e barrigudo, daquelas barrigas de vovô, velhinho.
- Que susto...
Eu só me dei conta dele depois que já estava dentro do elevador, com as portas fechadas. (O que é péssimo; só se dar conta da pessoa ali dois segundos depois).
- ... não costumo encontrar ninguém neste horário...
Ele deu uma risada gostosa.
- Ainda mais o Papai Noel, não é?
E aí é que eu fui olhar bem para ele. Tipo olho-no-olho. Devia beirar seus 60 ou 70 anos. Cabeça branca. Barba branca. Bem alto. Barrigudo. Calça social preta, blusa social branca. Suspensórios. De novo: suspensórios. Seus olhos sorriam.
(Anotem aí: crianças de suspensórios me matam de amor. Velhotes de suspensórios mais ainda).
Eu dei um sorriso tímido e tive vontade de cair nos braços do Papai Noel, e só ganhar um abraço. Acho que ele conseguiu perceber o meu desejo no olhar cansado (e triste?).
O elevador chegou.
- Tchau, boa noite.
E ele aproveitou que foi segurar a porta do elevador para mim, e tascou-me um abraço daqueles bem típicos de Papai Noel.
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