Em observação, no Uber - 82

Hoje é quarta-feira. São 12h36.

Estou no Uber, sentada. 

Ao meu lado direito, porta e janela fechadas. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, um banco vazio. 

- Não. Sem problemas.  É. É, eu tava do lado de lá. 

O celular bipa. Workchat do Quilder. 

- É.  Eu gosto de calor. Eu gosto. Muito. Não pra trabalhar né? É mesmo. Mas do frio do jeito que tava, tava ruim, tava demais. Você gosta, né? É.  É verdade.

O celular bipa. WhatsApp do Hortifruti. Bipa novamente. Telegram do João Marcus. 

- É verdade. É mesmo.

O celular bipa. WhatsApp do marido.

- Vazios, né? Nossa, eu imagino. Eu imagino. Coitados. E acaba gastando dinheiro, com combustível, com tudo, né? Sim. Sim. Exato. É, tem que pagar aluguel. E é caro, né? Ah é? Do Uber. Sim. Exatamente. É, demais. Pra todo mundo, né? Ali, aquele prédio do lado direito, de grades vermelhas.


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