Jair

[Escrito em 09 de março de 2025]

Meu nome é Jair. Eu sou um homem, sou preto, e vivo em situação de rua.

Estava passando por uma rua que usualmente passo, em busca de um lugar para ficar, com as minhas coisas, e vejo um casal saindo do prédio.

A moça me cumprimenta, sorri, olha nos meus olhos, e me oferece uma garrafa de água gelada. Está um tempo muito quente e a água é bem-vinda.

Obrigado, eu digo.

Digo também que darei aquela água para o meu cachorro, que vive comigo pelas ruas.

Ela pergunta o meu nome, e eu digo: Jair. O meu cachorro é Tito.

Ela diz que tem bichos também e vai trazer um pote de comida e ração para o Tito.

Eu peço ao companheiro dela uma blusa, se ele tiver para doar. Pode ser velha. Porque minhas roupas estão sujas. 

Ele diz que vai me dar uma blusa, e que não será velha. Eu fico agradecido. 

Neste momento, já estamos andando juntos, em direção ao mesmo local, e eu paro subitamente, e faço para eles pararem também. Abro a minha sacola de plástico e entrego para eles um cinzeiro de barro, todo trabalhado, que ganhei do Josué outro dia.

Este é um presente que ganhei de um grande amigo e quero dar a vocês, como gratidão e amizade. 

Outro dia, encontrei a moça na rua novamente, e ela disse que o presente que dei está na mesa da sala dela, enfeitando.

Ela me cumprimentou, deu um sorriso, e disse: "oi, Jair! Tudo bem?". 

Eu não sei o nome dela e disse: "oi, tudo bem sim!" Da próxima, eu vou perguntar o nome dela pra agradecer dizendo o nome, como ela fez com o meu.

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