Eliana
[Escrito em 17 de maio de 2025]
Mas ela, tipo assim, operou? Tirou lá os troço?
Não sei. Não perguntei.
Mas por que você não pergunta? Sei lá.
Cara, isso é... anti ético. Não... É feio. Não é... Como é a palavra...? Indelicado. Issao não se pergunta.
Por que não?
Por que não é importante saber se ela operou ou não. Ela é uma mulher.
Ah, entendi, foi mal então, pô.
Imagina, se todo mundo que te encontra na rua, pergunta seu nome, e pergunta qual a sua orientação sexual?
É, mas eu sou Felipe e sou gay.
Mas é feio perguntar, entende? Indelicado. O nome dela é Eliana, e é só o que precisa saber. Chama ela pelo nome. Com educação, tá? E respeito.
Qual deve ter sido o nome dela antes? Ou dele?
Cara... Não tem ele, amigo. Prestenção. Eliana. Cabou. Entendeu? Papo reto. Não passa vergonha. É indelicado. Cara, nem vou dar mais papo pá tu. Tá feio demais.
Foi mal, mano. Foi mal. É que não entendo.
Não. Não é que você não entende. Você é transfóbico. Não é entender. É respeitar mesmo. E assim, te dar o papo reto. É crime, tá?
[Diálogo real entre dois homens cis, em uma loja grande no Centro do Rio. Estavam conversando sobre uma das caixas. Todas as caixas da loja são mulheres trans. Uma delas era a Eliana].
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