E o bandido me ligou...

(Escrito em 13 de Setembro de 2014)

2h27 o celular toca.
Aparece um número na tela.
[Como troquei de celular recentemente, e alguns contatos desapareceram, podia ser alguém...]

- Alô.
- Suélle?
- Oi?
- Suélle? É tu, Suélle?
- Não, não é a Suélle.
- Qual teu nome, colega?
- Amigo, são 2h da manhã. Eu não sou tua colega. E meu nome não interessa.
- Tu não é a Suzane, né não?
- Isso, não sou a Suzane.
- Com todo respeito, diz teu nome aí.
- Não interessa meu nome.
- Tu é de Paraty?
- Não.
- Tu é do Rio de Janeiro?
- Não interessa.
- Pô, colega, com todo respeito. Eu tou preso. Sou bandido. E só queria conversar com tu. Diz teu nome aí.
- Então... vamos de novo. São 2h da manhã. Não vou te dizer meu nome, nem de onde eu sou.
- Pô, com todo respeito, colega. Eu só queria conversar com tu. Tou aqui, preso. Bandido, saqualé?
- Legal. Liga depois das 9h, então, que nós conversa, tá bom assim?
- Legal, eu vou ligar pra tu. Tu é maneira.
- Obrigada. Tchau.
[Desliguei]
[TRÊS minutos depois o moço ligou novamente]
- Alô.
- Pô, diz teu nome aí, colega?
- Cacete, mermão. Mas tu é chato, hein?
(Pra outro...): - Ela não diz o nome, mas a mina é firmeza. Não é a Suélle.
(Eu em silêncio de novo)
- Tá bom então, colega. Dorme com Deus aí. Desculpa qualquer coisa. Eu queria falar com a Suélle, mas tu é responsa, e aí queria só bater um papo com tu mermo. Mas tá bom. Tu tá quieta aí. Fica com Deus, colega. [Porra, mina legal essa, falou com nóis, cara]...

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