Em observação, no Banco de Sangue Serum - 2

- Oi Ari. Não. Já doei antes. 

Hoje é terça-feira. São 15h15.

- Imagino que sim. Tá legal. Casada. Com ele. Itapagipe. Isso mesmo. Isso mesmo. Não. Acho que não. 

Estou no Banco de Sangue Serum. 

Ao meu lado direito, um banco vazio. Ao meu lado esquerdo, André sentado. 

- É. Pode. Pode sim. Eu achei que elas tavam vindo doar. Sim. Bruno Marinho. Bruno. Bruno.

O celular bipa. WhatsApp da Viviane. 

- Isso. Isso mesmo. 

Agora estou sentada na recepção. 

Ao meu lado direito, um vão por onde as pessoas passam. 

- Eu também. 

Ao meu lado esquerdo, André sentado mexendo no celular. 

- Quem é Murilo? Aquele que falou?

Agora, ao meu lado esquerdo, um banco vazio. 

- Um e sessenta e três.

Agora estou na cadeira de doação. 

Ao meu lado direito, André sentado numa cadeira de doação. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira vazia. Na minha frente, um corredor por onde as pessoas passam. 

Um homem passa na minha frente. 

Uma mulher passa na minha frente. 

Um homem passa na minha frente. 

Um homem passa na minha frente. 

O celular bipa. WhatsApp da Patrícia. 

André, ao meu lado direito, fala no celular com alguém. 

Uma mulher passa na minha frente. Ela é preta, alta e magra. Tem o calo liso preso em um rabo de cavalo. Veste calça branca e jaleco branco. Usa máscara branca e óculos de proteção. Usa luvas brancas.

Daniela passa ao meu lado direito e na minha frente. Veste calça branca e jaleco branco.

Uma mulher. 

Uma mulher passa ao meu lado esquerdo. 

O celular bipa. Despertador que toca. 

Daniela passa na minha frente. 

Uma mulher passa ao meu lado esquerdo e na minha frente. 

- Posso botar?

Uma mulher passa ao meu lado esquerdo.