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Em observação, no escritório do pai - 8

Hoje é segunda-feira. São 17h10. Estou no escritório do meu pai, na sala de reunião, sentada à mesa. Na mesa de reunião, na minha frente, está a Françoise, fazendo redação. Ela é branca, alta, magra. Tem o cabelo ruivo, comprido, liso. Usa óculos. Veste uma calça jeans, blusa social preta, lenço de oncinha no pescoço. Seu cabelo está solto, virado para o lado, e ela permanece curvada, escrevendo a redação. Percebo que é canhota. Pára de escrever. Mexe no cabelo. Lê o que já escreveu. Ajeita o cabelo para trás. Volta a escrever. Parou de escrever. Coça o rosto. Lê o que já escreveu. - Acabei.

Em observação, no Clube do Conhecimento - 3

Hoje é sexta-feira, são 10h10. Estou no Clube do Conhecimento, sentada na primeira fileira, na cadeira da esquerda. Na minha frente, ninguém. Ao meu lado direito, está a cadeira com a minha bolsa e pasta e a mochila da Cássia. Agora são 10h37. Ao meu lado direito, a minha bolsa e pasta, a mochila da Cássia e a bola verde. Na minha frente,o Basilio. Passa ao meu lado esquerdo. Na minha frente, agora, a palestrante. É baixa, magra, mulata. Tem o cabelo crespo, preso num meio rabo de cavalo. Veste calça jeans, tênis bege e blusa preta. Coça o pescoço. Está com a mão no queixo. Assiste o filme. Olha para o público. Volta a olhar para o filme. Passa a mão no seio e na barriga. Mexe numa bolsa de pano, branca e verde. Coloca a bolsa no ombro. Continua olhando o filme. Uma senhora passa na minha frente. A palestrante continua assistindo o filme. Tem os braços cruzados, na frente do corpo. Ela passa na minha frente e sai. Basílio passa ao meu lado. Passa ao meu lad...

Em observação, no consultório (Centro) - 7

Hoje é quinta-feira. São 15h03. Estou no consultório do Centro, sentada na poltrona, na sala de atendimento, esperando a paciente de 15h30. Portas e janelas fechadas, penumbra. Tudo silencioso, com apenas o barulho do ar condicionado ligado.

Em observação, no escritório do pai - 10

Hoje é terça-feira. São 12h40. Estou no escritório do pai, na sala de reuniões, sentada à mesa. Por aqui, janelas fechadas e portas abertas. O ar condicionado desligado. Converso com Camile pelo Skype. Sérgio passa pela recepção. Agora são 13h08. Estou no mesmo local. Converso com Fernanda pelo Skype. Agora são 14h02. Estou no mesmo local. Converso com André pelo Skype. Agora são 14h07. Estou no mesmo local. Converso com André pelo Skype.

Em observação, na Defensoria Pública

Hoje é segunda-feira. São 13h02. Estou na Defensoria Pública com o Nilson, meu tio. Estou sentada em uma recepção gigante, com várias pessoas. Na minha frente, um senhor. É mulato, meio gordinho, barbudo e grisalho. Usa óculos. Veste calça jeans, blusa preta, de manga comprida, tênis cinza e tem uma bolsa marrom, no seu colo.  Coça a barba. Está com os braços cruzados.  Ajeitou a bolsa no seu colo, esticou os braços. Com os braços, agora, sobre a bolsa. Ao meu lado direito, não tem ninguém. Ao meu lado esquerdo, está meu tio Nilson, conversando comigo. Ele é branco, alto, grisalho, e barba grisalha. Veste uma calça caqui, blusa preta e tênis preto. No seu colo, uma mochila preta. Uma senhora passa na minha frente. Uma senhora passa na minha frente. O senhor da minha frente coça a barba. Ajeita-se na cadeira. As mãos sobre a bolsa. Meu tio se levanta, deixa a mochila e foi lá na frente, perguntar algo a moça. Uma senhora passa na minha frent...

Fotografando pássaros

Apesar de adorar animais, nunca fotografei-os. Não por aqui. Hoje, tive necessidade de fazê-lo. O pássaro pediu para ser fotografado, aliás. Na minha janela, no parapeito, do lado de fora, tenho um pequeno balde. O vizinho de cima - apesar das nossas insistências - tem o caninho do ar condicionado que pinga na minha janela. Sabemos que "o vizinho de cima" é uma senhora, doente, cuidada por enfermeiras. A família (um filho apenas, acho) vem eventualmente visitá-la. As enfermeiras não têm, portanto, autonomia para colocar caninho. Estão ali pra cuidar da velhota.  Já pedi pra colocarem um arame, por dentro do cano, pra pingar no jardim lá embaixo. Já levei o caninho pessoalmente. "Não, não". Já fiz carta pro morador, pra velhinha, pro filho, pro síndico, etc. Nada resolve.  Resolvemos, então, colocar o baldinho, que esvazio cerca de 2x ao dia, quando está cheio de água. Hoje, me distraí (acordei muito cedo), e o baldinho ficou ali, cheio,...

Em observação, na Feira do Empreendedor

Hoje é sexta-feira. São 14h08. Estou no Cine SEBRAE, na Feira do Empreendedor, no Centro de Convenções Sul América. Estou aguardando a palestra da Alba. Estou sentada, na primeira fileira, na primeira cadeira. Ao meu lado direito, tem um corredor. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira vazia. Na minha frente, não há ninguém. Na minha frente, o Marcelo. É alto, magro,moreno, tem o cabelo curto, branco. Veste calça jeans, blusa da Feira do Empreendedor e sapato social preto. Ele sai da minha frente. Uma moça passa ao meu lado. É branca, magra, cabelo liso. Veste calça preta, blusa da Feira do Empreendedor e sapato preto. Carrega uma máquina fotográfica profissional. Passa ao meu lado novamente e está ao meu lado, fotografando. Saiu do meu lado. A moça passa ao meu lado novamente e vai lá para a frente. Passa ao meu lado novamente e fotografa algumas coisas. Uma moça passa na minha frente e senta nesta fileira que estou sentada. A fotografa está ao meu lado, fo...

Em observação, no escritório do pai - 9

Hoje é quinta-feira. São 13h57. Estou no escritório do pai, na sala de reuniões, sentada à mesa, aguardando as candidatas agendadas para 14h. O celular bipa. Email da Anna Lúcia que chegou. Por aqui, portas e janelas fechadas. Luz acesa. Tudo silêncio, apenas o barulho do ar condicionado ligado. O celular bipa. Email da Kátia que chegou. Volto para o silêncio, apenas com o barulho do ar condicionado. O celular bipa. Lembrete de palestra às 15h, que não poderei participar. Volto para o silêncio, apenas com o barulho do ar condicionado.

Em observação, no consultório (Copacabana) - 6

Hoje é quarta-feira. São 12h28. Estou no consultório de Copacabana, sentada à mesa, dentro da sala de atendimento, esperando a paciente de 13h. Por aqui, portas e janelas fechadas. Penumbra e silêncio. Apenas o barulho do ar condicionado e do som ligado, na recepção. O celular bipa. Email que chega. Volto para o silêncio, apenas com o barulho do ar condicionado e do som da recepção.

Em observação, no Gallant Hotel

Hoje é segunda-feira. São 18h56. Estou no Gallant Hotel, aguardando a Andréia e a Lígia. Estou sentada em uma poltrona, na recepção. Parece até um divã. Aos meus dois lados, nada e ninguém. Na minha frente, a entrada do hotel. A porta do hotel abre. Um senhor entra e passa direto pela recepção. A porta fecha. A porta do hotel abre. E fecha. Uma senhora passa pela recepção do hotel. A porta do hotel abre. Ela sai. A porta fecha. A porta do hotel abre. Um senhor entra, carregando sacolas. A porta fecha. A porta do hotel abre. Um senhor entra e passeia pela recepção. Veste bermuda florida, blusa preta, chinelo. A porta fecha. A porta do hotel abre. Um senhor entra. A porta fecha. O senhor de bermuda senta na outra poltrona. Levanta. Anda pela recepção. A porta do hotel abre. E fecha. E abre. O senhor continua andando pela recepção e senta no mesmo local de antes. A porta do hotel abre. Um senhor entra, passando pela recepção. O senhor senta...