Fotografando Gente

Hoje é sábado. São 10:40. Estou no BRT Americas Park, sentada no ponto de ônibus. Ao meu lado direito, uma lixeira na parede. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, um corredor por onde as pessoas passam. Uma mulher passa na minha frente carregando uma bolsa bege de crochê. Ela é negra, magra e alta. Tem o cabelo castanho, encaracolado, preso em um rabo de cavalo. Veste calça jeans, blusa sem manga azul estampada e tênis bege. Usa óculos.

Hoje é sexta feira. São 20:13. Um homem passa ao meu lado esquerdo. Estou no Citta RJ, sentada à mesa. Ao meu lado direito, uma cadeira vazia. Ao meu lado esquerdo, um corredor por onde as pessoas passam. Um homem passa ao meu lado esquerdo. Um homem passa ao meu lado esquerdo carregando uma pasta preta. Ele é negro, magro e alto. Tem o cabelo preto e crespo. Veste calça jeans, blusa social listrada azul. Usa um sapatênis marrom. Usa óculos. Um homem passa ao meu lado esquerdo. Um homem passa ao meu lado esquerdo carregando uma pasta preta e uma sacola da Livraria da Travessa. Ele é branco, alto e gordo. Tem o cabelo branco. Veste calça jeans e blusa polo cinza. Usa um sapato preto. Usa óculos.

Hoje é quinta-feira. São 18:53. Estou no consultório Psicologia e Coaching, sentada à mesa. Ao meu lado direito, uma porta aberta. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira vazia. Na minha frente, uma cadeira vazia. Por aqui, luzes acesas e tudo silencioso.

- Tá tendo jogo hoje? Hoje é quarta-feira. São 21:13. Estou no Uber, sentada. Ao meu lado direito, porta e janela fechadas. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, um banco vazio. - Isso. É isso mesmo. É mesmo. Direito. Quase esquina de Matoso por favor.

Hoje é terça-feira. São 15:33. Estou no Infnet, sentada à mesa, no DPED. Ao meu lado direito, um vão por onde as pessoas passam. Ao meu lado esquerdo, minha mochila no chão. Na minha frente, Valesca sentada. - Ain, sua linda. Bonitinha. - Foi, foi sim. Não. Beleza. Tchau. André passa ao meu lado direito carregando uma necessaire azul. Veste calça social cinza, blusa social azul clara. Usa óculos.

Hoje é sexta-feira. - Ah, tá. Me dá aqui pra eu guardar, por favor. Oi professor! - Eu tou indo embora já. Tranquilo. Diga. São 18:39. Estou no Infnet, sentada à mesa, no DPED. - Esse é o Robson Combat. Natália. Ao meu lado direito, um vão por onde as pessoas passam. - E qual que é o professor que está dando aula mesmo? Ao meu lado esquerdo, minha mochila. - Eu queria que você me ajudasse aqui. Não é porque. É. Porque eu copiei dos que faltam. A disciplina. Bla bla bla. Não. Eu copiei isso. Aí a nossa. Só falta isso para publicar. Não. O que permite aos alunos. É o que tá no plano. É. Eu pensei em otimizar banco de dados, mas eu não sei as palavras certas. Tou printando e vou te mandar o link. - Beijo, vai com Deus. Na minha frente, a Valesca sentada. - É. O que eu falei. Esse é o Robson Combat.

O celular bipa. WhatsApp da Michele. - Vou ficar na Barão de Itapagipe esquina de rua do Matoso, por favor. Hoje é quinta-feira. São 20:03. Estou no táxi, sentada. Ao meu lado direito, porta e janela fechadas. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, um banco vazio. O celular bipa. WhatsApp do Marido. Bipa novamente. WhatsApp do Pablo. - Que medo né gente? O celular bipa. WhatsApp do marido. - Caiu? Eita. É mesmo. Deus me livre, cair no seu carro! Será que foi dessa chuva isso? Caramba. O celular bipa. WhatsApp do marido. - Tudo alagado. Como é teu nome? Será que dá pra passar, Henrique? O celular bipa. WhatsApp do marido.

Hoje é quarta-feira. São 19:55. Estou no consultório Psicologia e Coaching, sentada na recepção. Ao meu lado direito, um vão. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira vazia. Na minha frente, um corredor por onde as pessoas passam. Por aqui, luzes acesas e tudo silencioso. - Oi Fer.

- Aceito. Por favor. Muito obrigada. Hortelã, por favor. Tenho horror a morango. Muito obrigada. Hoje é terça-feira. São 20:20. Estou no Uber, sentada. Ao meu lado direito, porta e janela fechadas. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, um banco vazio. - Ela se jogou da janela do quinto andar. Nada é fácil de entender. Dorme agora... É só o vento lá fora... Quero colo vou fugir de casa posso dormir aqui com vocês? Estou com medo tive pesadelo. Só vou voltar depois das três. Meu filho vai ter nome de santo. Quero o nome mais bonito. É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar para pensar. Na verdade não há. Me diz porque que o céu é azul. Explica a grande fúria do mundo. São meus filhos que tomam conta de mim. Eu moro com a minha mãe mas meu pai vem me visitar. Eu moro na rua não tenho ninguém. Eu moro em qualquer lugar. Já morei em tanta casa que nem me lembro mais. Eu moro com meus pais. É preciso amar. As pessoas como s...

Hoje é sábado. São 08:14. Estou no BRT 21A, sentada. Ao meu lado direito, um corredor por onde as pessoas passam. Ao meu lado esquerdo, uma janela fechada. Na minha frente, uma mulher sentada. Ela é branca e magra. Tem o cabelo liso e castanho preso em um coque frouxo e grande no alto da cabeça. Veste uma blusa preta. Uma mulher passa ao meu lado direito carregando um celular. É negra, alta e gorda. Um homem passa ao meu lado direito carregando uma mochila. Uma mulher. Uma mulher passa ao meu lado direito carregando uma bolsa. Uma mulher passa ao meu lado direito carregando uma bolsa preta e um casaco verde. Ela é branca, alta e gorda. Tem o cabelo castanho, comprido e liso. A mulher sentada a minha frente levanta e sai. Uma mulher senta na minha frente. É negra, magra. Tem o cabelo preto e encaracolado preso com uma pregadeira transparente tipo meio rabo. Veste uma blusa preta e alça. Carrega uma bolsa preta no ombro esquerdo. Uma mulher. U...