Em observação, no HemoRio
Hoje é quinta feira. São 8:59.
Estou no HemoRIO, sentada na recepção.
Na minha frente, uma cadeira vazia. Ao meu lado direito, uma cadeira com minha mochila em cima. Ao meu lado esquerdo, um corredor por onde as pessoas passam.
Um homem passa ao meu lado esquerdo carregando malas. É mulato, baixo, magro.
Um homem passa ao meu lado esquerdo.
Um homem passa ao meu lado esquerdo. É mulato, baixo, magro, cabelo preto e curto. Veste calça social preta, blusa pólo azul e sapato social preto. Passa novamente.
Uma mulher passa ao meu lado esquerdo. É branca, loira, cabelo liso e curto.
Uma mulher passa ao meu lado esquerdo. É branca, alta.
Uma mulher passa ao meu lado esquerdo. Passa novamente.
Rosane agora está sentada na minha frente. É branca, baixa, magra, cabelo liso e comprido. Veste calça social azul, blusa branca e sapato preto. Está no celular.
- É. Não. Procura saber que dia que funciona. Tá? Você pediu pra alguem me avisar? Não, mas quem vai avisar os pacientes? A Vânia? Não, tem a de Itaguaí. A de Itaguaí é a terceira. E até aquele email grande, de duas folhas. Mas alguém avisou os pacientes? Maravilha. Maravilha. Ótimo. Não, mas eu é que fui obrigada. Naquela folha...
- Você aceita um café, uma água?
- Aceito uma água. Obrigada, Bia.
- Fale. Médica. Do serviço de diabetes. Tudo bem? Eu fiz no carro. A massagem eu quero.
Rosane saiu do celular. Está sentada na minha frente, mexendo nele.
Um homem passa ao meu lado esquerdo.
- Você quer um lanchinho agora?
- Não, obrigada. Estou satisfeita. A Bia me ofereceu água.
- Aqui, meu amor.
- Oh, meu amor. Muito obrigada.
- Por nada.
André chegou.
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