Em observação, no Uber - 117

- Obrigada, Eduardo. Somos. Somos nove. Graças a Deus que não. Parente eu não sou amiga não. Parente tá em casa. Meu marido e minha filha.

Hoje é sábado. São 19h29.

Estou no Uber, sentada.

- Eita.

Ao meu lado direito, porta fechada e janela aberta. Ao meu lado esquerdo, duas sacolas em cima do banco. Na minha frente, um banco vazio.

- Opa. Sei. É ótimo. Já. É ótimo. Tem. Eu acho que tem estacionamento perto. Estacionamento fechado. Ah, fixa ótimo. Um sambinha bom. É, eu acho que é mais ali na frente um pouquinho. Não ouvi. Que delicia. Sei. Que legal. Que legal. Arrasou. Você mora longe? Entendi. É grande. Ah, que linda. Ah, que bonitinha. Acordada é que dá trabalho. Que gracinha.

O celular bipa. WhatsApp do marido.

- Deve. Ah, com certeza. E se tem show ao vivo, né?

O celular bipa. WhatsApp do marido. Bipa novamente. WhatsApp da Roberta.

- Ui, que susto. É, no sinal, por favor. Ali na esquina. O prédio de grades vermelhas. Quanto eu te devo? Aqui. Muito obrigada, Eduardo. Fica com Deus. Um feliz natal e feliz aniversário para a sua esposa.

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