Em observação, no ônibus - 199

Hoje é sexta-feira. São 18h02.

Estou no ônibus 220, sentada.

Ao meu lado direito, um banco vazio. Ao meu lado esquerdo, uma janela aberta. Na minha frente, uma mulher sentada.

- Ela falou que não. Gente.

A mulher sentada na minha frente mexe no celular iPhone.

- Olha amor. Sem dúvida. É esse? É cheio de detalhe. Ó.

A mulher sentada na minha frente tem o cabelo preto e liso. Segura no banco da frente com a mão direita. Solta a mão do banco da frente. Ajeita o cabelo. Usa relógio no pulso esquerdo e dois anéis nos dedos da mão esquerda. Tem as unhas pintadas de rosa e tem uma tatuagem na mão esquerda. Apoia a mão esquerda na janela.

- Por Deus, cara. Eu vou pegar e matar. Eu voltei e esqueci a senha.

A mulher sentada na minha frente ajeita o cabelo com a mão esquerda. Apoia a mão esquerda na janela.

- Domingo né? Caraca meu Deus. Não quero. Não vai também. Não não. Passado não existe. Falei pra curtir. Dez reais. Só que não tinha seu número. Vai chegar. 21 a mais. Isso aqui é moeda. Lógico.

A mulher sentada na minha frente apoia a mão esquerda no banco da frente.

- Pegar o zap dele.

A mulher sentada na minha frente levanta e sai.

Agora, na minha frente, um banco vazio.

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