Em observação, na Estácio de Sá

Hoje é sexta-feira, são 9h01. Estou na Estácio de Sá, campus Menezes Cortes, para o evento da Fundação Mudes.

Estou em um auditório, com cerca de 100 ou 200 lugares. Estou na terceira fileira, primeira cadeira, bem ao lado do corredor.

Na minha frente, não tem ninguém. Na terceira cadeira à minha esquerda, um rapaz que mexe no celular. Ele veste calça jeans, sapato social preto, blusa pólo listrada branca, azul e vermelha. Tem menos de 30 anos e é mulato, magro e baixo. Olhou para mim agora, já que eu estava olhando para ele. Voltou a olhar e a mexer no celular.

Ao meu lado esquerdo não tem ninguém. Duas cadeiras após mim, chegou uma moça.

- Estou sozinha. Onde é o toalete?

Ela deixou suas coisas ao meu lado e saiu novamente.

Ao meu lado direito, do outro lado do corredor, um rapaz, de cerca de 32 anos. É mulato, alto, um pouco gordinho. Veste calça social beje, sapato marrom, blusa social rosa claro. Tem o cabelo curto, usa óculos e tem o olhar simpático. Mexe no celular.

Uma moça passa por mim e senta na minha frente ao lado esquerdo. Usa calça jeans, sapato social vermelho, blusa de malha branca, cinto (desses grandes) vermelhos. É loira, cabelo curto e liso e usa óculos. Está ajeitando as bolsas que ganhou com os brindes. Veio com uma bolsa verde água e colocou-a junto com as bolsas de brindes ao seu lado esquerdo. Mexeu no cabelo, ajeitou a blusa e a calça e olha para a frente.

Uma moça passa por mim, e senta no final da minha fileira, junto com outra que lá está.

Uma moça passa por mim e senta exatamente na minha frente. Usa calça social beje, blusa social beje (conjunto), sapato preto. Tem cerca de 40 ou 50 anos. Tem uma bolsa preta, combinando com o sapato. É branca, magra, baixinha e tem o cabelo vermelho, alisado.

A moça que estava ao meu lado esquerdo retornou. Veste calça jeans escura, sandália alta preta, blusa social quadriculada. Tem cerca de 40 anos, e é branca, loira, cabelo curto e liso. Está ajeitando as bolsas de brindes.

- Pode botar aqui.

- Obrigada.

- Nada.

- Só estou ajeitando.

- Tá bom.

É ela conversando com a moça do lado, que, no caso, sou eu.

Ela coloca as bolsas de brindes na cadeira ao lado da minha, onde deixei minhas coisas em cima. Ajeita sua bolsa e pega algo dentro dela.

O rapaz ao meu lado direito fala, agora, ao celular.

A moça da minha frente tem o rosto muito bonito, expressivo. Ela olha para trás e parece procurar por alguém. Vira para a frente.

A moça ao meu lado esquerdo coloca sua bolsa preta na cadeira, ao lado das minhas coisas.

- Se vier alguém a gente tira, né?

- Claro...

Ela, agora, mexe no celular.

A moça da frente permanece imóvel.

O rapaz ao meu lado direito agora mexe no celular.

A moça da frente se ajeita na cadeira e se inclina para a frente.

A moça da esquerda olha suas unhas pintadas de vinho e coça o braço. Apóia a cabeça na mão, olha ao redor, anota alguma coisa no caderninho que está sobre a sua mesa.

A moça da minha frente se levanta e pega as suas coisas, levanta e sai. Resolveu trocar de lugar, e foi para longe.

A moça do meu lado esquerdo voltou a mexer no celular.

Agora, onde antes estava sentada a moça que trocou de lugar, sentou um rapaz. Veste calça social cinza, blusa social branca, óculos de sol no alto da cabeça. Aparenta ter cerca de 30 anos. É branco, baixinho e um pouco gordinho, desses fortinhos. Ajeita suas coisas dentro da sacola de brindes.

A moça ao meu lado esquerdo continua mexendo no celular e, agora, usa óculos para visualizar as coisas dele. Fecha o celular e olha em volta. Se coça, olha para a frente. Ela tem o olhar perdido, para a frente, para o nada.

O rapaz ao meu lado direito parou de mexer no celular e está com a cabeça apoiada na mão, olhando para o seu lado direito. Agora, voltou a mexer no celular.

A moça do meu lado esquerdo também voltou a mexer no celular.

Tão estranho não saber o nome das pessoas e chamá-los de “moço” e “moça”.

O rapaz do meu lado direito parou de mexer no celular, e olha para o seu lado direito, com duas pessoas conversando. Ele começa a conversar com a moça sentada ao seu lado direito.

A moça do meu lado esquerdo parou de mexer no celular. E voltou a mexer no mesmo.

O rapaz da minha frente olha para o lado direito e volta a olhar para baixo. Não sei o que ele faz (não consigo ver), mas parece estar mexendo no celular. Volta a olhar para o seu lado direito e volta a olhar para baixo.

Descubro, por ouvir uma conversa ao meu lado, que foram 300 ou 400 inscrições. Será que aqui tem 300 ou 400 lugares?

O rapaz da minha direita tirou o óculos e continua conversando com a moça ao seu lado direito.

O rapaz da minha frente olha para baixo e para o lado, consecutivamente.

A moça ao meu lado esquerdo ajeita a sua roupa, ajeita a sua bolsa, olha para a frente e balança as pernas. Olha para as pessoas que estão chegando e passando.

Um rapaz senta ao meu lado esquerdo, exatamente ao meu lado. Seu nome é Rodrigo. Usa calça jeans, tênis branco e blusa polo preta. Fala ao celular, mas não consigo ouvi-lo.

- Qualquer coisa você me liga. Eu posso na parte da tarde, tá?

Ele fala com o rapaz na sua frente, algo que não consigo ouvir ou entender. Ele desliga o celular, pega um bloquinho dentro da bolsa, junto com a caneta.

Ele puxa a mesa da cadeira, coloca as coisas sobre ela e me pergunta:

- Vai te atrapalhar?

- Não, jamais.

A palestra começa, e eu vou desligar tudo aqui. São 9h38.


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