Em observação, no Sérgio Franco
Hoje
é sábado, são 8h26. Estou no Laboratório Sérgio Franco, para fazer exame de
sangue.
Estou
num box de atendimento, sentada, ao lado do Dario, que me atende.
Do
lado de fora, pelo corredor, passam pessoas, para fazer exames e para sair do
laboratório.
Dario
é negro, cabelo raspado, usa calça jeans preta, blusa social branca, listrada e tênis branco. Tem os olhos grandes e vivos. Ele digita no computador.
Tosse. Digita no computador. Pega meu pedido de exame. Digita no
computador. Ele põe a mão na boca e tosse. Estica as pernas.
-
A senhora faz uso de algum medicamento? Peso? Altura?
Ele
pega meus exames, levanta e sai do box de atendimento. Volta com os meus pedidos de exames
e senta ao meu lado, novamente. Anota alguma coisa no pedido do exame, no
verso.
-
A senhora assina para mim, por favor?
Continua
digitando alguma coisa no computador.
-
Aqui, só aguardar ali na outra recepção. Pode guardar seus documentos. Vai
precisar só da sua identidade.
Estou,
agora, em outra pequena recepção. Do meu lado direito, duas cadeiras vazias. Na
minha frente, um corredor por onde passam as pessoas, do laboratório e os
pacientes. Do meu lado esquerdo, uma senhora sentada sozinha. Tem cerca de 70
anos. Veste uma calça estampada rosa e preta, blusa rosa, casaco branco,
sandália marrom, e bolsa preta. É branca, tem o cabelo castanho claro, e é
séria. Aparenta ser triste e/ou mal humorada.
Uma
moça da clínica passa pelo corredor.
Uma
moça vem entregar algo para ela.
-
Ah, obrigada.
Ela
guarda o que a moça lhe deu. Coça a testa, funga. Permanece imóvel.
Uma
senhora passa pelo corredor.
A
senhora sentada batuca o pé esquerdo. Tosse.
O
nome dela é dona Elizabeth. Alguém a chama e ela vai, vagarosamente, carregando
uma bengala e andando com dificuldades. Andando, ela aparenta ter mais idade do que
tem.
Estou,
agora, sozinha nesta recepção.
Uma
senhora passa pelo corredor e senta onde, antes, estava sentada a senhora
Elizabeth. Usa calça comprida azul, blusa azul listrada com branco, casaco
cinza chumbo, sapatilha preta e bolsa branca. Levantou e saiu.
Ao
meu lado, esquerdo, sentou agora uma senhora. Uma calça jeans, blusa vinho,
casaco cinza, e sapatilha beje. Usa uma bolsa preta e carrega um livro. Cruza
as pernas e começa a ler o livro. É bem magra, baixinha, branca, e tem o cabelo
branco, bem curto, rente à cabeça; usa óculos. É bem séria e concentrada na sua
leitura. Aparenta ter entre 40 e 50 anos. Talvez 60 e seja bem conservada. Le o
livro sem se mover.
-
Senhora Luana Zanelli!
-
Oi, tou indo!
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