Em observação, no Levitate
Hoje é terça-feira. São 9h26.
Estou na Levitate, na Barra, na
recepção.
Ao meu lado direito, parte do
sofá onde estou sentada, vazio. Ao meu lado esquerdo, a porta de vidro, que dá
acesso ao shopping. Na minha frente, uma outra cadeira, vazia.
A recepção está vazia e
silenciosa.
O telefone toca. A recepcionista
vem atender.
- Levitate, bom dia. A gente
abre às 9h. A duração é de 1h30 e é R$ 150. Isso. Tá bom, tudo bem. Nada,
tchau, tchau.
A recepcionista desliga o
telefone.
- Você aceita um café, uma água?
- Não, obrigada.
- Nada.
A recepcionista sai.
A recepção volta a ficar vazia e
silenciosa.
A recepcionista volta para a
recepção e senta no seu local, atrás do balcão. Não consigo vê-la.
Ela espirra. Tosse. Funga três
vezes. Espirra. Funga 19 vezes. Digita no computador. Tosse duas vezes. Digita
no computador.
Dois rapazes entram na recepção.
- Bom dia.
- Bom dia.
- Bom dia. Eu queria ver um
pacote pra minha esposa, que horas vocês funcionam no sábado? Eu posso incluir?
Alterar, botar de um, botar pra outro? Tá. Uma outra coisa. Pra eu agendar pro
sábado, eu pago na hora, agendo antes...
A Myriam chega.
- Bom dia.
- Bom dia, tudo bem?
- Tá. Eu vou ver com ela então.
Tem que agendar, né?
- E pode ser pelo telefone?
- A gente é daqui. E aí aqui,
personalizar o pacote é aqui mesmo com vocês, né? Tá bom. Na verdade, quem vai
ligar é ela mesma. Bota seu nome. Tá. Tá. Duração maior é 4h30, né? Vai
depender da personalização que ela vai fazer, né? Você quer perguntar alguma
coisa também?
- Luana? Vamos lá?
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