Em observação, no ônibus - 240

Hoje é terça-feira  São 06h21.

Estou no ônibus 220, sentada.

Ao meu lado direito, um banco vazio.

- Não. Ele tá carregado. Não sei.

Ao meu lado esquerdo, uma janela fechada. Na minha frente, uma mulher sentada. Veste um casaco jeans claro. Tem o cabelo preto, curto e liso. Conversa com o homem sentado à sua direita.

- É. Ele é bombeiro. Bombeiro hidráulico.

A mulher sentada na minha frente faz que não com a cabeça.

- Não. Agora? Ele é de qual?

A mulher sentada na minha frente faz que sim com a cabeça

- Oi? Quem? Ela é grandona.

A mulher sentada na minha frente olha para fora da janela.

Parou. Eu também sei. Tudo virado lá.

A mulher sentada na minha frente apoia a mão esquerda no banco da frente. Olha para fora da janela.

- Hein?

A mulher sentada na minha frente olha para fora da janela. Olha para o homem sentado à sua direita.

- Doideira. Não dá pra todo mundo. Dava pra todo mundo. Ela já voltou. Ela já voltou com o Rodrigo  agora com a filha dela. Fabiano aceita. Uma filha lá sei não. Tudo doido.

A mulher sentada na minha frente olha para fora da janela.

- Ela deu sorte que o menino morreu. Não. Ela pensava que. Pensão. Vai sim?

O celular bipa. Notificação da agenda.

- Hoje está bom pra ir lá pro meu filho o. Já voltando. Não. Ele mora ali pro lado do. Não. Ele não mora em itaborai não. Trabalha no hotel lá.

A mulher sentada na minha frente levanta. Ela é negra e magra. Usa calça jeans escura, casaco jeans claro. Carrega uma bolsa marrom. Usa tênis cinza.

Agora, na minha frente, um banco vazio.

Uma mulher senta na minha frente. Usa um casaco cinza e preto. Ela é negra. Tem o cabelo trancado preto, com um coque atrás. Carrega uma bolsa preta.

Um homem senta ao meu lado direito.

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