Em observação, no ônibus - 278

Hoje é sexta-feira. São 16h00.

Estou no ônibus 415, sentada.

Ao meu lado direito, uma janela fechada. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, um homem sentado. Ele é negro e magro. Tem o cabelo grisalho e curto. Usa máscara azul. Mexe na cabeça. Olha para fora da janela. Olha para baixo. Olha para fora da janela. Tem os olhos claros. Olha para o outro lado. Usa uma blusa social quadriculada. Coça o rosto. Olha para baixo. Olha para trás. Olha para baixo. Olha para fora da janela. Olha para frente. Olha para fora da janela. Olha para o outro lado. Olha para frente. Olha para baixo. Olha para fora da janela. Olha para frente. Olha para fora da janela. Olha para frente.

O celular bipa. WhatsApp da Ana.

O homem sentado na minha frente levanta e sai.

Agora, na minha frente, um banco vazio.

Um homem senta no banco na minha frente. Ele é negro. Tem o cabelo preto, liso e comprido. Usa uma blusa social preta. Olha para fora da janela.  O cabelo está preso com rabo de cavalo. Olha para a frente. Tem a barba para fazer. Olha para fora da janela. Olha para a frente.

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