Em observação, no ônibus - 158
Hoje é sexta-feira. São 06:33.
Estou no ônibus 415, sentada.
Ao meu lado direito, uma janela fechada. Ao meu lado esquerdo, um banco vazio. Na minha frente, uma mulher sentada. Ela é branca, tem o cabelo liso e castanho preso em um coque no alto da cabeça. Usa óculos. Veste uma blusa vermelha. Conversa com a mulher que está sentada ao seu lado esquerdo.
- Ah tá demais.
Faz que não com a cabeça.
- Domingo agora.
A mulher que está sentada à sua esquerda parece muda e fala apenas por gestos. A mulher que está sentada a minha frente não é muda e fala com ela por sons e a outra entende mas se comunica apenas por gestos.
Ela ajeita o coque no cabelo. Tem um prendedor preto. Faz um rabo de cavalo. Solta o cabelo. É liso e comprido. Passa as mãos pelo cabelo. Beija a mulher sentada à sua esquerda. Faz que sim com a cabeça.
O celular bipa. WhatsApp que chegou.
A mulher sentada na minha frente olha para fora da janela. Mexe no cabelo.
- Não. Não tou bem não. É. É. Mas também.
A mulher sentada a minha frente olha para fora da janela. Dá tchau pela janela. Passa as mãos pelo cabelo. Olha para fora da janela.
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