Em observação, na clínica - 3
Hoje é quarta-feira. São 14h47.
Estou na recepção do consultório do doutor Dejair, em
Ipanema. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira vazia. Na minha frente, um vão por
onde as pessoas passam. Ao meu lado direito, a recepcionista. Ela é branca, um
pouco gordinha, cabelo grisalho, branco, e usa óculos. Veste uma blusa
estampada, sem manga. Não consigo vê-la por inteiro, por conta do balcão, que é
alto.
- Tenho horário às nove e meia. Tá. Qual o seu telefone de
contato? É Vivo, né? É Vivo? Caso o senhor não possa vir, o senhor ligue. Sim.
Sim. Tá. Caso o senhor não possa vir, eu peço que o senhor ligue aqui
desmarcando, até oito e meia. Tá bem.
A recepcionista desliga o telefone. O telefone toca.
- Consultório, boa tarde. Tá bom. Tá anotado. Caso o senhor
não possa vir, por favor, nos dê o retorno logo cedo. Tá bom. Tá ok. Nada...
Ela desliga o telefone. Ela levanta-se da cadeira. Vejo que
veste uma calça preta e uma sapatilha preta. Vai ao balcão na frente da sua
mesa. Fica de pé, na mesa atrás da recepção, abre uma gaveta e mexe em umas
fichas. Fecha a gaveta.
- Ai, nossa.
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