Tábata
Estava no ônibus, em caminho indeterminado, quando a vi. Ela estava no ponto de ônibus, no Mergulhão da Praça XV. Seu nome é Thabata, com Th no início mesmo. Ela não gostava muito do seu nome com o H, então, se a pessoa escrevesse errado, ela não corrigia. Neste caso, nós a chamaremos de Tábata, sem H. No auge dos seus 19 anos, estudava Técnico em Edificações no CEFET, no Maracanã, e estava esperando o ônibus pra ir à escola, no último período do curso. Ela morava em São Gonçalo e pegava um ônibus até as Barcas da Praça XV. Dali, seguia direto para o local de sua aula. No ponto de ônibus, avistei Tábata aos prantos. Com as lágrimas rolando, ela tirava e recolocava os óculos, em um movimento circular que parecia se dirigir ao infinito. Era um choro de raiva, mas indeciso. Ela chorava, parecia refletir e retomava a choradeira. A menina exibia um tremor por todo corpo. Sentava no meio-fio, balançava as pernas e cobria a cabeça com as duas mãos, como se estive...