Em observação, na Casa Rui Barbosa


Hoje é sexta-feira. São 7h48. Estou na Casa de Rui Barbosa, em Botafogo, esperando o meu horário da nutricionista (às 8h) aqui na rua ao lado. [O segurança permitiu que eu ficasse, aqui, sentada nos bancos dos jardim, antes mesmo que a Casa abrisse, para "fazer hora"].

Estou sentada em um banco, desses de praça, logo na entrada da Casa, de frente para os jardins e de lado para a casa. À minha esquerda, a entrada da casa, na Rua São Clemente.

Não vejo ninguém. Ninguém passa por aqui. Nenhum som, exceto o riacho que corre e me faz ouvir o barulho da água.

O segurança passa por mim e tosse. Anda em direção aos fundos, onde tem uma guarita. Usa calça cinza, botina preta, casaco azul marinho escrito GRUPO CUERVO em branco. É alto, forte e não deve ter mais do que 40 anos.

Um rapaz passa por mim. Usa calça jeans, casaco vermelho, tênis branco e mochila preta. Ele anda em direção aonde está o outro segurança.

O silêncio e a solidão voltam a perpetuar neste lugar. Apenas o barulho do pequeno riacho (e eu) povoamos o ambiente do falecido Rui.

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