Dia 4 - Smart-Fit - Selfie

Chegamos ao dia 4. Sábado.

Ontem, sexta, não malhei. Vale dizer que trabalhei de 8h30 às 19h30 e ainda fui ao cinema, à noite, com o André. Vale dizer que, sentada na cadeira, por 1h30, e depois descer aquelas escadas foi difícil. Doía. Tudo.

Então, falando do dia 4...

Trabalhei de 9h até quase 13h30. Levei a roupa-tênis pro trabalho e me troquei lá. Meu santo-pai me deu uma santa-carona até a academia. [Da minha casa à academia são 750m (pesquisei no Google Maps)].

Enquanto estava no caminho, mandei um whatsapp pro André e pra Ana (minha manicure), pra ver se ela tinha horário hoje pra eu fazer a pata.

Aí, beleza. Academia quase vazia. Hoje levei livro (Berenice procura, do Garcia-Roza) e fones de ouvido. 

Na academia são apenas duas bicicletas. Ambas vazias. Sentei em uma que não costumo sentar, a mais próxima do espelho, e mais longe do local onde as pessoas passam. O rádio não pega ali, fica chiado. Anotação 1: nunca mais sentar nessa bicicleta.

Ok, sentei. Ajeitei o banco, o nível, zerei a bicicleta e simbora pedalar. Liguei o fone de ouvido (ouvi rádio + chiado, mas já estava pedalando então...) e peguei o livro. Não li duas páginas. Por que?

Eu descobri que, por volta de 14h, as rádios que eu gosto - Transamérica (101,3 FM); MIX FM (102,1 FM) e Rádio Cidade (102,9 FM) - só tocam músicas boas e dançantes.

Ou seja:
1. Eu cantei sem medo de ser feliz.
2. Eu dancei sem medo de ser feliz. [Aquele esquema de dança da cabeça, dos ombros e das mãos]
3. Eu pedalei no ritmo das músicas. Empolgada.
4. Eu me vi, pertinho, no espelho, cantando e pseudo-dançando, e ri. 

Tocou Bon Jovi, depois Aerosmith, etc. E a cada música mais animada eu pedalava NO RITMO e rapidamente (cerca de 115, 120 RPM, que eu descobri que não é BPM. [Beijo, Léo]
Passei por momentos como "será que não vai tocar uma maldita música lenta nesse treco?". Não tocou.

Do meu lado, um moço na esteira suava. Muito. E, de vez em quando, ria. Acho que ria de mim. Hoje era o dia-empolgação. Eu ri de volta pra ele, e pronto.

Vale dizer que eu suo. Muito. 
Vale dizer que eu vou trabalhar maquiada.
Vale dizer que eu fui pra academia direto do trabalho.
Então, vocês deduzem que eu fui malhar maquiada. E suei. Muito.
#supergostoso

O delineador é a prova-d'água (beijo, Michele!); mas a sombra não. 
Então... 
Eu fiz 15 km em 35 minutos. Na bicicleta.
Aquela ali no espelho sou eu. 


O moço suado, ao meu lado, na esteira, suou de pingar (eca!), acabou de correr, e saiu da esteira e saiu da academia.

Anotação 2. Limpe seu aparelho depois de usá-lo; sobretudo, se você sua; sobretudo se seu suor pinta; outra pessoa vai usá-lo depois

Acabei a bicicleta, limpei-a e me dei conta de que tinha um aparelho novo na academia. Parecia uma bicicleta rústica, ao contrário. Bancos na frente. Pedais atrás. Eu quis fotografar, mas fiquei sem graça. Se esse negócio estiver lá durante a semana, eu tiro uma foto e mostro pra vocês. 

Quando fui pegar o paninho pra limpar a bicicleta, pensei: "ah, tranquilo. Vou correr na esteira um pouquinho".

Algumas observações, aqui:
- Não acredite se alguém disser que vai pra academia, malha, e não repara em ninguém! Repara! As pessoas reparam em mim (sofrendo, cantando, dançando), e eu reparo nas pessoas. Todo o tempo. 

Beleza, subi na esteira. Liguei e comecei a andar.

A ordem era, de frente pro espelho: 
A bicicleta (onde eu estava antes) - A esteira (onde eu estava agora) - Uma esteira vazia - um senhor correndo na esteira.

"Ih, mas o moço suado, de pingar, estava na esteira ao meu lado... que é esta que estou agora..."

Me deu nojo, mas eu já tava ali, então, vamos que vamos.

Aí eu comecei a caminhar. Não sei bem o que significam aqueles números todos que aparecem ali na esteira, mas eu tava no 4.0. Aí coloquei no 5.0. E, depois, no 6.0. 

O senhor (quase) do meu lado tava no 8.0. Correndo. Sem se segurar. Tinha, pelo menos, dez anos a mais que eu.

"Luana, sua fraca..."

Eu não queria dizer, mas eu sou competitiva.

6.1, 6.2, 6.3, 6.4...
7.0 e eu tava correndo. Me segurando. Me soltei. Durou 2 segundos solta. 

Eu admiro essa gente que corre na esteira SEM SE SEGURAR. Me falta coordenação para isso.

Aí você dança na bicicleta, que você está sentada. E você tenta repetir o procedimento na esteira. Mas, ali, o solo está correndo pra trás, e você, pra frente. 
Você se sente como aquele cão, gato, ou qualquer bicho que o dono coloca sobre uma esteira. 
Dá vontade de rir, e você gargalha.

Aí o rádio começa a tocar propaganda, e você resolve mudar a estação. Destravar celular, buscar o ícone do rádio, escolher outra estação - enquanto se segura - enquanto caminha. Complexo.

E o senhor, ali, na velocidade 8.0.
E você oscilando entre 6.0 e 7.0
7.2 e você está correndo. Se segurando. 
E aí você se sente correndo a São Silvestre enquanto canta, corre, se olha no espelho, e o senhor, do seu lado, te ultrapassando.
Você retorna para a realidade e coloca a esteira no 6.0.
Aí você gargalha mais um pouco. Murmura: "você é louca".

Enquanto você está no 6.0, você coloca no 6.2 e percebe que consegue andar mais rápido (e não sabe se anda rápido ou se corre devagar). Olha no relógio: 14h53. 

O whatsapp toca. Sua manicure. "Você pode vir às 16h? Tá vago".
Aí você quer responder a ela: "Sim". 
Mas, se nem trocar o rádio, caminhar, se segurar, olhar o velho te ultrapassando... E pensa: "preciso almoçar, tomar banho, e sair. E são 14h53".
E aí você resolve caminhar 2 km. Sim, DOIS QUILÔMETROS, em 21 minutos, até dar 14h58.
Só depois de acabar de caminhar, e de se certificar de que a esteira está DESLIGADA, você responde à sua manicure: "Sim, eu vou".

Isso do lado é meu casaco

Quando acaba, você pensa: "ok, só pegar o paninho, limpar a esteira, com a minha sujeira e a sujeira daquele infeliz, de antes".

Você sai da esteira. Olha pro paninho, que está a vinte passos de você e pensa: "Deus, como vou até em casa?".

A caminhada até o paninho, você se sente engatinhando.
O velho já limpou a esteira, já encheu a garrafinha dele, já saiu da academia e você ali, estudando-o-trajeto-até-o-paninho.

Pegou o paninho, limpou a esteira, aproveitou pra pegar as suas tralhas, e já levar o paninho e ir embora, direto.
Chega na rua e pensa: "quanto será um táxi daqui até a minha casa?". 
"Luana, o velho foi andando, e ele mora mais longe! [você não sabe, mas a vida é feita de suposições]. Nada de táxi. Caminhando! Mas e a unha? É às 16h!"

E aí você vai caminhando pra casa cantando-dançando-gargalhando-e-muito-feliz.

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