Em observação, n'O Colesterol

Hoje é quarta-feira. São 14h58. Estou em Botafogo, na gravação d’O Colesterol.

Estou sentada em um banco de praça, no play de um prédio residencial, do entrevistado – Miguel.

Miguel está sentado na minha diagonal direita. Na minha frente, parte de um banco vazio; ao meu lado esquerdo, o play vazio e silencioso. Ao meu lado direito, André está sentado.

Ele é mulato, alto, um pouco acima do peso. Tem o cabelo preto, curto, e é barbado. Veste calça jeans, blusa e casaco preto e sapato preto. No seu colo, notebook. Na sua mão direita, um gravador.

- Ok. E até entrando naquilo que a gente tava discutindo. E o Felipe mandou uma pergunta. Sempre nos momentos de maior tensão para o basquete nacional, os jogadores que atuam na NBA se esquivam de maiores responsabilidades ou alegam problemas pessoais. O que você acha que ocorre de fato?

Ele balança a cabeça, positivamente. Olha para o entrevistado. O braço direito esticado.

- Entrega total. E... Você foi o último técnico da carreira do mito Oscar. Como era reger um jogador desse porte?

André ri. Ajeita o computador no seu colo.

- E a partir daí, começaram a usar, ou se programar para usar os atletas profissionais. Foi a partir daí para se programar. Uhum. E... em 10 de janeiro de 2012, na sua apresentação ao Tijuca, o Jornal O Globo disse... (não consigo pegar a pergunta inteira do André).

André está sério, olha para o entrevistador, com o braço direito esticado, com o gravador.

- É, e tentaram fazer o mesmo, e sugeriram fazer o mesmo com o futebol. Imagine, se tentassem trazer o Guardiola pra seleção brasileira de futebol...

André ri. Faz mais uma pergunta, que eu não consigo pegá-la na íntegra.

- É, também. Rubem Viana, professor de Matemática, ele manda, também, uma pergunta. Ele diz... Eu gostaria de saber como está sendo o ensino de Educação Física diante dos eventos esportivos de 2014 e 2016. Há alguma orientação oficial a respeito?

André está sério, olha para o entrevistado, com o braço direito esticado, com o gravador.

- Marcelo Duarte, professor de Educação Física, e professor da MD RUNNERS, envia mais uma pergunta. Como nós, os profissionais de Educação Física, podemos despertar o interesse dos alunos da escola com relação ao basquete tendo em vista a ausência de ídolos carismáticos como Hortência, Oscar e Paula?

André está sério, olha para o entrevistado, com o braço direito esticado, com o gravador.

- Marta Nunes, sua colega, ela envia aqui também uma pergunta. (...) André ri. (...) Ela está de farra. Pô, que sensacional. Que legal! Não... Isso é uma brincadeira dela, porque a pergunta dela é a seguinte. Como professora de Educação Física que sou, compactuo das dificuldades cotidianas específicas de um profissional que quer realizar um bom trabalho. De que maneira você dribla essas limitações? No que difere o trabalho de um professor da rede pública estadual de um técnico de esporte?

André faz que sim com a cabeça, olha sério para o entrevistado, com o braço esticado.

- É, as vezes até, eu vejo pela minha experiência, eu tiro do meu próprio bolso, para conseguir vídeos, e coisas que falam da situação deles.

André está sério, olha para o entrevistado, com o braço direito esticado, com o gravador.

- Sim!

André faz que sim com a cabeça, olha sério para o entrevistado, com o braço direito esticado, com o gravador.

- Uhum. Raul também envia uma pergunta, e é a seguinte. Como foi a passagem como treinador na Escola Naval e a experiência da Naymaer?

André está sério.

- Voltando agora pro assunto basquete... (André faz a pergunta, que eu não consigo pegar!).

André está sério, olha para o entrevistado, com o braço direito esticado, com o gravador.

- E com relação às Olimpíadas... Você acredita na possibilidade de o Comitê Olímpico Internacional cumprir as ameaças, em caso de obras inacabadas, de retirar as Olimpíadas do Rio de Janeiro?

André está sério, olha para o entrevistado, com o braço direito esticado, com o gravador. Ele ri.

- Cobrança por tiro...

André está sorrindo, olha para o entrevistado, com o braço direito esticado, com o gravador.

- É, o que se tá falando muito agora é de Chicago, né? Que já está com a estrutura pronta, e que tem estrutura para receber... É, eu tava ouvindo muito o seguinte. A gente está tratando Olimpíada como Copa, e são vários esportes, e tem uma estrutura muito maior... (ele finaliza a pergunta, que eu não consigo pegar!).

André está sério, olha para o entrevistado, com o braço direito esticado, com o gravador. Ele ri.

- Eu vi Deodoro de perto, recentemente, que vai abrigar algumas provas, e eu vi aquilo totalmente ermo. Não tem condições de abrigar...

André está sério. Agora ri. Olha para o entrevistado, com o braço direito esticado, com o gravador.

- Charles Calomino, treinador de futsal do América e do Clube Municipal. Ele te envia, também, uma pergunta. Por que não realizou grandes campeonatos estaduais depois da conquista do basquete feminino? São cinco na disputa, né? Que que se pode fazer? É. Não tem. Que que se pode fazer para reverter este quadro? Ainda uma pergunta do Charles.

André está sério, olha para o entrevistado.

- E... O que que representa o jogo da NBA na sua visão? A era de ouro, do período Jordan, Johnson e Bird, ainda perdura, se mantém? É, porque colocaram uma comparação outro dia, do Jordan... (Ele finaliza a pergunta, que eu não consigo pegar!).

André está sério, olha para o entrevistado.

- É...

André está sério, olha para o entrevistado, com o braço direito.

- Regularidade. E... Em 1992, durante as olimpíadas de Barcelona, diziam que o basquete americano, representado à época pelos atletas da NBA, levaria vinte anos para ser alcançado. Temos vinte e dois anos desde que essas projeções foram feitas... O basquete americano já encontra rivais? Quem são esses rivais?

André está sério. Funga. Olha para o entrevistado, com o braço direito esticado, com o gravador.

- E... Pular essa pergunta, de qual jogador você acha que foi maior... E qual foi o maior jogador que você já treinou, embora eu já saiba a resposta...

André ri.

- E na defesa das cores, né?

André está sério, olha para o entrevistado, com o braço direito esticado.

- Miguel... Miguel Luz, versão 2014. Professor, gestor, ou treinador? O que sobressai?

André está sério, olha para o entrevistado, com o braço direito esticado, com o gravador.

- Obrigado, Miguel. E com isso, encerramos mais um Colesterol, o podcast que pode ser bom mas pode ser ruim.

André desliga o gravador e a gravação acaba.

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