Enteada
Hoje
era dia das mães.
Fui
almoçar-jantar às 18h40, com o namorado, no Shopping Botafogo. Um fast-food
novo, que muito nos agradou.
No
caixa, escolhendo o pedido, a pergunta:
- Você
é mãe?
Levei
longos dois segundos para responder:
- Não.
Sou madrasta.
Não
gostei do termo "madrasta", em que o "má" antecede o
"drasta".
- Ah,
eu também... Bom, mas vou dar um presentinho pra senhora.
E me
deu um chocolate, envolvido em um cartão fofo.
Se a
minha enteada - que é a pessoa que me permite ser "madrasta" -
estivesse comigo, talvez eu não respondesse o que respondi: "sou
madrasta".
Talvez
eu sorrisse para a caixa do fast-food, e daria um abraço na pequena Hanna, e
daria a elas o meu silêncio. E o meu afeto.
E a
Hanna, essa sim, saberia que ela não tem uma madrasta; mas uma amiga fiel que a
ama. E que vai amá-la, todos os dias. No dia das mães, na Páscoa, no Natal, no
ano-novo. E até naquela segunda-feira chuvosa. E no domingo ensolarado da
praia. E em dias comuns. E em dias incomuns.
Chocolates?
Eu os adoro.
Mas os
abraços - naqueles bracinhos pequenos - e aquela cabeça cabeluda, no meio da
minha barriga. E, na mensagem de "eu também te amo, Luana", ou na sua
risada, me chamando "Luana Zanelli". Estes, sim, são os melhores presentes
que eu poderia receber. No dia das mães. E nos dias comuns. E nos incomuns.
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