Em observação, no táxi - 2
Hoje é terça-feira. São 10h11.
Estou no taxi do seu Francis,
voltando de Nova Iguaçu para o Centro. Na frente, Sr. Francis no volante, meu
pai no carona. Atrás, eu e Gaeth, ao meu lado esquerdo.
Ela é baixinha, gordinha,
grisalha, cabelo curto, e usa óculos. Veste uma calça vinho, blusa estampada,
sandália. Casaco vinho e bolsa ao lado, entre a gente. Ela lê um prospecto.
Guarda um prospecto. Abre a bolsa e pega o celular e digita nele.
- 20 é terça, 21 é quarta, viu,
Luana?
Ela guarda o celular na bolsa. Olha
para fora.
- Não, dar ré em curva, numa rua
estreita, não é mole não. É provável. Mas, aquilo ali tá até errado. Caminhão
não devia fazer isso. Caminhão, entrar numa rua curva. Não tá legal. Isso não
tá legal. Afe. Isso é Avenida Brasil? Dutra, né? Restaurante Vovô Genaro. Olha
só que nome interessante... Vovô Genaro... é, todos eles.
Coloca a mão no apoio de mão,
sobre a janela. E o outro braço apoiado na pasta do meu pai, entre a gente.
- Será que a essa hora, a Linha
Vermelha está mais vazia? Tráfego lento. Aonde? Eu acho que está ruim em todos
os lugares.
Ela tosse.
- É, mas a chegada na cidade
pela Avenida Brasil, é, ali pelo Cais do Porto. E pensar que isso aqui era tudo
mato...
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